AMBIENTE - Luta contra a mini-hídrica “vai” amanhã à assembleia municipal
A Plataforma Mondego Vivo – que contesta a construção de uma mini-hídrica na Foz do Caneiro, no rio Mondego –, não abranda o ritmo de ações públicas e sessões de esclarecimento das populações. Assim, a próxima iniciativa vai ser já amanhã, na Assembleia Municipal de Coimbra, onde os membros da plataforma vão procurar obter solidariedade. Depois, durante a campanha eleitoral, mas ainda sem data marcada, está previsto um debate com os cabeças de lista dos cinco principais partidos pelo distrito de Coimbra.
Descer o rio a 1 de Maio
O que já tem data – o próximo domingo, dia 1 de Maio – é a organização de uma descida de rio, que deverá contar com cerca de um milhar de pessoas. De acordo com a organização, as inscrições já se encontram esgotadas. “A adesão foi muito boa de todas as aldeias e comunidades envolventes, pelo que será sem dúvida uma grande jornada de protesto que ficará na história da região e do país”, lê-se num comunicado.
A concentração está marcada para a ponte do Louredo, entre Penacova e Vila Nova de Poiares, às 10H00. Para além das canoas, quem quiser participar pode também acompanhar a manifestação a pé, de bicicleta ou de carro, na EN 110, a estrada que acompanha o rio, entre Rebordosa e Casal da Misarela.
Entretanto, naquela que foi a terceira sessão de esclarecimento, a Plataforma Mondego Vivo organizou, no passado dia 22 de abril, nova sessão de esclarecimento na sede da Junta de Freguesia de Torres do Mondego.
Nesta freguesia, com povoações ribeirinhas a escassos quilómetros da infra-estrutura, os efeitos das turbinagens poderão provocar “alterações permanentes na cota de água, com a alteração da temperatura da água e da coloração da mesma”, refere a Plataforma, lembrando o caso da Praia Fluvial dos Palheiros.
Paredão de 10 metros
Na sessão, um dos presentes, que fez um estudo sobre a sedimentação no rio Mondego, lembrou que apenas o açude do Louredo, com um paredão de dois metros, implicou um abaixamento do nível do rio (com a retenção de areias a montante do mesmo) de cerca de dois metros.
“O que irá acontecer na zona a jusante da mini-hídrica, na freguesia de Torres do Mondego, com a construção de um paredão de cerca de 10 metros?”, perguntou. Muitos dos participantes questionaram se a produção de 9 MW é assim tão relevante. E repetiram a comparação com a energia produzida por aerogeradores, perguntando se não seria possível construir dois ou três destes equipamentos, “não prejudicando o equilíbrio ecológico do rio e a vivência que estas pessoas têm com o rio e as suas margens”.
Poiares adere à Plataforma
Quem também já decidiu aderir à Plataforma Mondego Vivo foi a Câmara de Vila Nova de Poiares, que está disponível para colaborar em todas as iniciativas que “mantenham o rio Mondego com as suas características ambientais atuais”.