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Lorvão a Saque?

Depois de ter decretado a morte do Hospital de Lorvão, o governo “vendeu” os doentes que tinham reforma a instituições privadas, estando a fazer-se a sua transferência em doses semanais – Homens para um lado, Mulheres para o outro – ignorando as relações de amizade entre eles e o carinho que recebiam dos funcionários que deles cuidavam e da população de Lorvão.
Depois dos doentes, estão a levar o mobiliário do Hospital para essas instituições privadas!
Esta operação de destruição do sistema público de saúde foi anunciado como de melhoria das condições de acolhimento para os doentes, mas também como um negócio, em que a diária dos utentes saía mais barato ao Estado.
Se o argumento das melhores condições para os utentes é facilmente desmentido pela realidade dos espaços, com os doentes (homens) a serem distribuídos por várias casas no concelho de Miranda do Corvo, com total insensibilidade pelas relações humanas e de saúde mental dos doentes, com alguns deles a apresentar já um quadro de saúde mais debilitado, também o argumento do negócio nos parece muito negativo.
No negócio da saúde, há sempre alguém que sai a ganhar, todos sabemos disso. Mas esses nunca são as populações, nunca são trabalhadores dessas Instituições, nunca é o Estado para o qual contribuímos e nos deveria garantir o sistema público de saúde, e muito menos serão os utentes – os doentes – que cada vez pagam mais e encontram piores condições e que, frágeis pela sua condição de saúde, têm pouca capacidade de protestar.
Lorvão e o concelho de Penacova também ficam a perder com a extinção desta Instituição pública de saúde com mais de cinquenta anos e a destruição de dezenas de postos de trabalho.
Os trabalhadores saem a perder, pelas maiores distâncias que terão que percorrer para o seu ganha-pão e sobretudo pela incerteza quanto ao futuro, já que ninguém os esclarece sobre o que lhes vai acontecer.
E é por todas essas coisas, que hoje se fazem por aqui certas perguntas:
Se os doentes iam para melhor, segundo diziam, então como é que nesses sítios nem sequer tinham camas para os deitar?
E onde dormiram os doentes, antes de lhe chegarem as camas do Hospital?
Como é que se pode transferir o património do Estado para instituições privadas?
Quem é que autorizou esse saque e como é feito o abate desses bens ao património do Estado?
O PCP de Penacova partilha estas preocupações dos trabalhadores e da população e exorta toda a gente a resistir a este roubo, impedindo que se continue a destruir tudo o que é público e que nas próximas carradas de mobília chamem as autoridades policiais, para que sejam identificados os responsáveis por estas operações, para que no futuro possam responder perante a Justiça.

A Comissão Concelhia de Penacova

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