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BATALHA DO BUSSACO mostrou revolta do povo português

Na comemoração dos 202 anos da efeméride, o coronel do Exército, Luís Albuquerque, deixou uma mensagem de alerta à população nacional.



O papel das populações na Batalha do Buçaco foi ontem enaltecido pelo coronel do Exército Luís Albuquerque, que evocou a vitória luso-britânica sobre os invasores franceses, há 202 anos, quando «se agigantou» o povo «violado na sua integridade».

O Buçaco «representou o primeiro passo vitorioso na senda da derrota do invasor, dado pelo exército anglo-luso, mas também pelo povo português, que, nesta ocasião, se agigantou, como sempre faz quando se sente violado na sua integridade», afirmou Luís Albuquerque.

O director do Museu Militar de Lisboa e do congénere do Buçaco proferia uma palestra alusiva ao 202.º aniversário da Batalha do Buçaco, ocorrida em 27 de Setembro de 1810, na terceira invasão de Portugal pelas tropas de Napoleão Bonaparte. O exército imperial da França «teve aqui mais baixas provocadas por privações, nomeadamente fome, e em resultado das guerrilhas do que propriamente como resultado de batalhas campais», disse.

«Precisamos de recordar os momentos exaltantes da nossa história. Um momento como este, com as dificuldades que atravessamos hoje em dia, mais do que nunca não é de esquecer», disse à agência Lusa, no final da evocação. Os portugueses «normalmente são um povo resignado», mas «há um ponto a partir do qual se torna insuportável todo o tipo de abuso», como aconteceu há 202 anos, acrescentou o oficial do Exército.

 «A recordação desta batalha faz parte do património histórico dos países que nela estiveram envolvidos. É uma herança comum que fortalece os laços que ligam os nossos povos », defendeu. O especialista em história militar falava perante centenas de pessoas, incluindo representantes do Reino Unido e França, junto ao obelisco do Buçaco, numa cerimónia presidida pelo major-general Hugo Eugénio Borges

O povo «não cessou de flagelar os invasores com guerrilhas, expressão máxima de revolta contra o invasor» Luís Albuquerque frisou que as populações destruíram os «seus haveres para não os deixar cair na posse» das tropas do marechal Massena. «O soldado português, quando bem instruído, nada fica a dever aos melhores», concluiu. |

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