Governo veio a Coimbra prometer benefícios para as regiões mais prejudicadas com cortes nos investimentos públicos
O secretário de Estado das Obras Públicas, Transportes e Comunicações prometeu ontem, em Coimbra, que as regiões prejudicadas com os cortes nos investimentos públicos serão beneficiadas após a recuperação financeira do país.
«Todas as regiões que foram até agora desfavorecidas do ponto de vista da mobilidade e de investimento público vão ver-se beneficiadas no futuro, certamente», afirmou aos jornalistas Sérgio Silva Monteiro, após ter participado numa reunião do Conselho Regional do Centro.
Durante a reunião, vários autarcas fizeram notar que a Região Centro sofre um corte de 70 por cento nos investimentos viários e é um território que alberga 20 por cento da população portuguesa.
«No fundo o que se está a pedir é que 20 por cento dos portugueses pague 70 por cento da fatura no corte das obras públicas que agora está a ser feito. Evidentemente que nós esperamos que na retoma que se seguirá a Região Centro seja a primeira a ser considerada nos novos investimentos públicos que são fundamentais na nossa região», sustentou o presidente da Câmara de Coimbra, João Paulo Barbosa de Melo.
Também Álvaro Amaro, presidente do Conselho Regional do Centro e da Câmara de Gouveia lembrou que o anterior Governo, do Partido Socialista, afirmara que a região tinha "um défice muito grande" de execução do Plano Rodoviário Nacional.
Para o autarca, e presidente daquele órgão consultivo da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), se agora é a região do país "que mais contribui para essa poupança, é justo que também tem de ficar com esse crédito político" para o futuro.
"Caso contrário é uma Região Centro em que, como aconteceu durante décadas, se viam passar as coisas. Que, como alguém disse, voavam de Lisboa para o Porto sem parar em Coimbra. É tempo de fazermos parar as coisas também por Coimbra e na Região Centro", sustentou Álvaro Amaro.
O secretário de Estado realçou que «nenhum corte é justo» e que as orientações do Governo são «muito claras: um país mais justo, equitativo e mais coeso».
Perante o Conselho Regional do Centro da CCDRC, marcado para debater a política de transportes e acessibilidades, Sérgio Silva Monteiro disse que, mais do que discutir os cortes nos investimentos, importa é pensá-los de forma estratégica, para o futuro
«É perceber que vamos ter um plano para intervenções de proximidade para os próximos cinco anos, até dezembro deste ano, e um plano mais estratégico a 20 anos, para vias estruturantes e opções mais estratégicas, que deve estar para discussão pública até junho de 2013», acrescentou.
Barbosa de Melo disse que na reunião o membro do Governo afirmou que a autoestrada entre Coimbra e Viseu «estará no topo das prioridades»de investimentos rodoviários no prazo de cinco anos.
Lusa/Sol
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