Um dia negro *
O céu ficou vestido de negro, o mesmo tom escuro, carregado e sombrio que vestiu ontem, que veste hoje e vestirá durante muito tempo o coração e alma dos Bombeiros Portugueses.
Rostos imensamente tristes, expressões de cansaço, de impotência perante a tragédia, mas também de uma solidariedade muito forte abalaram os Bombeiros de Coja, da Lousã, do Distrito e do País.
Perante o cenário de vários incêndios florestais, em Arganil e Oliveira do Hospital, em Coimbra, em Condeixa-a-Nova, em Penela, novamente em Arganil e confrontados com tantas adversidades, os Bombeiros, apesar de tudo, souberam estar à altura das suas responsabilidades e mobilizaram-se de uma forma tão voluntária, altruísta e solidária, só possível num sistema organizacional com esta dimensão humanista.
Como não podia deixar de ser, os Bombeiros do distrito estiveram em todos os teatros de operações com todos os meios de que puderam dispôr, partilharam e partilham a mesma dor, a mesma amargura dos Companheiros de Coja, que viram partir uma Jovem de 25 anos e que têm ainda dos dos Seus, um dos Nossos, com prognóstico clinico reservado.
Apesar disso, os Bombeiros têm que continuar a ser iguais a si próprios, a ser sensíveis face aos momentos de aflição vividos pelas pessoas mais desprotegidas e vulneráveis, a lutar como sempre pela salvaguarda das Vidas, dos bens e dos haveres de todos os cidadãos. Mas não se podem deixar influenciar por quaisquer pressões mediáticas, pela manutenção das estatísticas da menor área ardida, ou quantas vezes pela pressão da população ou de muitos responsáveis, que não cuidaram da limpeza no tempo que deviam e deixam agora a responsabilidade na mão dos Bombeiros, como se nestas circunstâncias, de múltiplos incêndios, estes pudessem ter um carro junto a todas e a tantas casas disseminadas pela floresta sem qualquer espaço de proteção.
Face à quase generalizada falta de limpeza e à seca severa que abala o nosso território, o índice de risco de incêndio é cada vez maior, o fogo propaga-se com violência extrema, a população rural fica mais vulnerável e os Bombeiros enfrentam riscos acrescidos.
Há poucos dias, foram os Colegas dos Bombeiros Sapadores de Coimbra, agora os Municipais da Lousã e, com maior gravidade, os Voluntários de Coja. Nada nem ninguém apagará esta tristeza, esta angústia que nos aperta peito, mas ao menos que a memória desta Companheira, e de todos os que já partiram, nos possa fazer refletir, a todos, aos Bombeiros, aos responsáveis e à população em geral, de que nenhum pinheiro ou eucalipto, ou porventura a mata mais importante, valem o sacrifício da própria vida.
Como não podia deixar de ser, os Bombeiros do distrito estiveram em todos os teatros de operações com todos os meios de que puderam dispôr, partilharam e partilham a mesma dor, a mesma amargura dos Companheiros de Coja, que viram partir uma Jovem de 25 anos e que têm ainda dos dos Seus, um dos Nossos, com prognóstico clinico reservado.
Apesar disso, os Bombeiros têm que continuar a ser iguais a si próprios, a ser sensíveis face aos momentos de aflição vividos pelas pessoas mais desprotegidas e vulneráveis, a lutar como sempre pela salvaguarda das Vidas, dos bens e dos haveres de todos os cidadãos. Mas não se podem deixar influenciar por quaisquer pressões mediáticas, pela manutenção das estatísticas da menor área ardida, ou quantas vezes pela pressão da população ou de muitos responsáveis, que não cuidaram da limpeza no tempo que deviam e deixam agora a responsabilidade na mão dos Bombeiros, como se nestas circunstâncias, de múltiplos incêndios, estes pudessem ter um carro junto a todas e a tantas casas disseminadas pela floresta sem qualquer espaço de proteção.
Face à quase generalizada falta de limpeza e à seca severa que abala o nosso território, o índice de risco de incêndio é cada vez maior, o fogo propaga-se com violência extrema, a população rural fica mais vulnerável e os Bombeiros enfrentam riscos acrescidos.
Há poucos dias, foram os Colegas dos Bombeiros Sapadores de Coimbra, agora os Municipais da Lousã e, com maior gravidade, os Voluntários de Coja. Nada nem ninguém apagará esta tristeza, esta angústia que nos aperta peito, mas ao menos que a memória desta Companheira, e de todos os que já partiram, nos possa fazer refletir, a todos, aos Bombeiros, aos responsáveis e à população em geral, de que nenhum pinheiro ou eucalipto, ou porventura a mata mais importante, valem o sacrifício da própria vida.
*António Simões, Presidente da Federação dos Bombeiros do Distrito de Coimbra
Artigo de opinião originalmente publicado na edição de 18 de setembro de 2012, do Diário As Beiras
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