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Casal de reformados de Penacova enganado por burlão

Homem na casa dos 40 anos fugiu com 200 euros e os documentos pessoais das vítimas. Foi a segunda situação na última semana


Um casal de reformados, com 87 e 85 anos, residente na zona de Penacova, foi vítima de burla. O suspeito, um indivíduo com boa aparência, na casa dos 40 anos, conseguiu enganar os seniores, apresentando-se como funcionário de uma instituição de saúde, com o objectivo de tratar do cartão de saúde. Pôs-se em fuga com 200 euros que conseguiu sacar às vítimas, levando também os respectivos documentos pessoais.
A situação ocorreu cerca das 18h00 de terça-feira. O burlão apresentou-se ao casal e, bem falante, convincente e educado, conseguiu que lhe franqueasse o acesso à sua casa. A determinada altura da conversa, o senhor ter-se-á apercebido, de acordo com o comando da GNR de Coimbra, que "algo não batia certo”, começando a desconfiar. Todavia, este sinal de alerta chegou tarde, pois o homem já tinha em seu poder os 200 euros, bem como alguns documentos pessoais do casal, que também levou, pondo-se em fuga numa viatura de cor cinzenta. Ao casal restou dirigir-se ao posto da GNR e dar conta da situação.
Segundo o comando da GNR de Coimbra, nas últimas semanas tem-se assistido a «um surto de tentativas de burla», duas das quais com vítimas.
Com efeito, em Soure, na semana passada, um casal, também de idade avançada, ficou sem 15 mil euros. Neste caso, verificado quarta-feira, à hora do almoço, foram dois os burlões, também na casa dos 40 anos, bem vestidos e bem-falantes, que se apresentaram como funcionários camarários, com a missão de recolher notas de euro que iriam sair de circulação. Acreditando na boa-fé dos interlocutores, o homem, de 89 anos, entregou-lhes um envelope com o dinheiro.
A ocorrência reiterada destas situações tem levado a GNR a promover acções de sensibilização junto da população, alertando para o “modus operandi” dos burlões e cuidados a ter. Relativamente aos burlões, são definidos como «pessoas bem vestidas, educadas e afáveis», que conseguem conquistar a confiança dos seus interlocutores. Apresentam-se como «funcionários de instituições públicas», Segurança Social, Finanças, autarquias, centros de saúde, entidades, sublinha a GNR, «com as quais as vítimas têm uma relação». Recorrem a várias estratégias, sendo a mais comum a saída de circulação de dinheiro.
Porque “mais vale prevenir do que remediar”, a GNR sublinha a importância de pedir a identificação dos indivíduos, evitar que entrem em casa e procurar chamar algum familiar ou vizinho ou mesmo as autoridades. Importante é «nunca ter pressa» e evitar entregar dinheiro ou qualquer valor na altura, procurando que o interlocutor regresse no dia seguinte para “fechar” negócio.

“Promessas” do “conto do vigário”

Também recorrente tem sido, embora com menor dimensão, o chamado “conto do vigário”, que oferece contornos diferentes relativamente à burla. Relevante, faz notar a GNR é o “jogo” que os protagonistas fazem com as vítimas, recorrendo, por diversas vezes, à figura de familiares ou amigos que estão longe e a alegadas encomendas para entregar. Prometem «vantagens» ou «dividendos» às vítimas, despertando nestas alguma ambição. «Seja qual for a vantagem prometida, nunca entregue dinheiro a desconhecidos», alerta a GNR, fazendo notar que, apesar das diferenças de “figurino”, os conselhos relativamente às burlas também se aplicam ao “conto do vigário”.

Jornalista Manuel Ventura

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