Associação de Combatentes de Penacova, inaugura Memorial aos combatentes penacovenses do concelho
A Associação dos Combatentes do concelho de Penacova escolheu o dia 10 de junho para inaugurar o Memorial aos combatentes do concelho de Penacova que tombaram pela Pátria na guerra do ultramar. Do programa constam, com início marcado para as 10 horas, a celebração de uma missa na igreja matriz de Penacova, para sufrágio das almas dos homenageados postumamente, seguida, pelas 11 horas, do descerramento e bênção do Memorial. Pelas 11 horas terá lugar a Sessão Solene, finda a qual, os inscritos para o efeito, rumarão à Quinta da Nora para degustar o almoço, onde se espera estarem presentes todos os familiares dos nossos concidadãos que tombaram ao serviço da Pátria, bem como todo os naturais ou residentes neste concelho e quem quiser tomar parte do almoço.
As inscrições para o almoço deverão
ser feitas através dos telefones 239 456 277 ou 936 739 566 e terão um custo de
15 euros para os adultos e de 7,50 euros para as crianças.
Recorde-se que Associação dos
Combatentes do Concelho de Penacova foi constituída em 02 de novembro de 2011.
Tem como sócios fundadores Alfredo Santos Fonseca, António Martins Coimbra,
Silvério Figueiredo Abranches, José Costa Madeira, António Dinis Fernandes,
António Adelino Fonseca Dinis, João Rodrigues Carvalho, António Brito Pereira,
José Maria de Oliveira, Arnaldo Alves Rodrigues, António Lopes Correia, Augusto
Pereira Oliveira e António das Neves Lopes.
Após a oficialização a eleição dos primeiros
órgãos sociais (Texto de José Travassos de Vasconcelos, publicado no "A Comarca de Arganil" de 08.12.2011)
Ficará na
história a oficialização e a eleição dos novos órgãos sociais da Associação de Combatentes
do Concelho de Penacova.
Se o passado dia 1
de Dezembro, data histórica do país, foi-o também para a referida Associação, pois
viu, em assembleia-geral, serem eleitos os seus novos órgãos sociais, que
hão-de, doravante, colocar em funcionamento a máquina daquela que será o refúgio
dos ex-combatentes que passaram pelas terras de África, numa guerra que não era
a deles, mas que tinham por missão defender a integridade da Pátria.
Os principais
objectivos da Associação são reunir e unir os combatentes do concelho numa teia
de amizade e de ajuda, pois alguns deles sofrem ainda hoje problemas de saúde
por causa dos dois anos que em plena juventude passaram fora do seu torrão
natal, fora do seu ambiente familiar e dos amigos. Pois bem, segundo o novo
presidente, Alfredo Santos Fonseca, sem dúvida o motor da iniciativa, deseja que a Associação
vingue e progrida, tornando-se uma grande instituição no concelho.
0 grande desejo é implantar um monumento
Segundo Alfredo Fonseca,
o maior desejo será, numa primeira análise, a implantação de um monumento em
sítio nobre de Penacova, a fim de que a Associação perpetue e honre os companheiros
vítimas do infortúnio, «que podia ter sido qualquer um de nós». Para o efeito, pediu
mobilização e sensibilização para esta jornada de solidariedade, metendo nesta onda
as autarquias que «nos ajudem a levar por diante esta iniciativa». Neste
sentido, o presidente da assembleia geral, António Martins Coimbra, após ter
dissertado algumas palavras sobre o momento que estava a viver-se e referindo-se
sobre o esquecimento que as entidades oficiais têm dado aos Combatentes, ao longo
destes 50 anos, ignorando-os, depois de terem cumprido um papel patriótico em
terras que não eram suas, mas que estava em causa a defesa do nome de Portugal,
entregou ao presidente da Câmara de Penacova uma fotografia de um monumento que
recentemente fora inaugurado em Penedono, a fim de que possa servir de ideia àquele
que venha a projectar-se e a delinear-se para o concelho. Aproveitou para pedir
um minuto de silêncio em memória dos camaradas que faleceram, o que foi cumprido
religiosamente.
Já com meia centena de sócios e orçamento para
2012
A Associação, já com
50 sócios inscritos, elaborou já o seu orçamento para 2012. Assim, segundo Alfredo
Fonseca, a previsão das receitas é de 1.800 euros, na qual estão inseridas a cobrança
de quotas (550 euros), receita de eventos (350 euros), donativos das autarquias
(500 euros) e outras receitas (400 euros). Relativamente às despesas, elas
cifram-se em 1.800 euros, a saber: compra da bandeira, 250 euros; compra de
material de escritório e expediente, 250 euros; comparticipação na edificação
do monumento, 500 euros; e realização de eventos, 800 euros.
Os grandes objectivos da Associação
Podendo mudar a sua
sede para outro lugar sempre e quando a assembleia o desejar, a Associação funcionará
provisoriamente na ex-EN 2/3, em
S. Pedro de Alva, junto ao cemitério. Será uma instituição sem
fins lucrativos, constituída por todos aqueles que prestaram serviço militar em
qualquer teatro de guerra, por seus familiares directos (esposas e filhos), ou
mesmo em missões de paz em qualquer parte do globo, «fomentando e promovendo o espírito
de companheirismo, amizade, cooperação e solidariedade entre os seus membros e
a sociedade em geral».
A Associação terá
também como objectivos «proporcionar aos seus associados o acesso a documentação
e bibliografia sobre ex-combatentes; organizar grupos de trabalho para investigação,
estudo e análise de questões relativas a ex-combatentes; editar revistas, jornais
ou outros documentos de interesse relevante; organizar eventos, colóquios,
conferências, seminários e actividades desportivas; promover a formação de
ex-combatentes e seus filhos, tendo em vista a sua integração social; promover o
intercâmbio e cooperação com associações e organismos nacionais e estrangeiros
que prossigam os mesmos objectivos». E intenção da nova direcção promover convívios
anuais, um em cada freguesia do concelho, tendo já acontecido em S. Pedro de Alva e agora em
Sazes.
Por tudo isto,
como disse o presidente da direcção, «se todos nos ajudarmos e empenharmo-nos um
pouco, esta tarefa tornar-se-á mais leve e favorável para todos, porque a Associação
é de facto de nós todos e queremos que seja uma grande Associação ».
«Uma geração sacrificada»
A encerrar esta primeira
sessão oficial da Associação de Combatentes do Concelho de Penacova, realizada na
«Padaria Largo», na Espinheira, na qual foi também servido o almoço, o presidente
da Câmara, Dr. Humberto Oliveira, estando também presente seu pai, um
combatente que foi ferido na Guiné, salientaria que a geração entre 60 e 70 foi
uma «geração sacrificada» e foi graças a ela que pudemos depois viver em
democracia, através do movimento do 25 de Abril/74 e evitar que os vindouros continuassem
a sofrer na carne tormentos por que já tinham passado. Indo ao encontro do que referira
o presidente da direcção, disse não poder dizer não à proposta anunciada, com
vista à edificação de um monumento, estando a Câmara disponível para colaborar,
pois «Penacova tem muito para dar e comemorar e haverá espaço para mais um
sinal para a sua história». Além do mais, confessou que uma colectividade destas
fazia falta em Penacova, dado o seu cariz humano que encerra, como aliás verificava
noutros concelhos.
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