INCÊNDIOS - Empregada de limpeza na prisão pela autoria de quatro incêndios
Mulher de 38 anos usou acendalhas em mato e silvas e é ainda suspeita de dois focos no pátio da própria habitação
O Tribunal de Penacova decretou a prisão preventiva
a uma mulher, casada e empregada de limpeza, pela suposta autoria de quatro fogos
florestais, nos dias 13 e 15 deste mês, nas imediações da casa onde reside, na
localidade de Casével, concelho de Condeixa-a-Nova.
A alegada incendiária, que não falou
à autoridade judiciária ou à Polícia Judiciária (PJ), que efectuou a detenção
na sexta-feira, é ainda suspeita de ter provocado outros dois focos de incêndio
no pátio da sua residência, numa vedação de ráfia.
De acordo com a PJ, a mulher terá
usado acendalhas para atear os incêndios, em matos e silvas, contíguos a
habitações, que colocou em perigo, apesar da acção dos vizinhos ter sido
preponderante para que não houvesse propagação das chamas.
Ainda assim, como salientou uma
fonte da PJ, «foi criada uma situação de alarme entre a população e, embora
tenham ardido apenas cerca de 100 metros quadrados ,
só a acção dos populares evitou que a dimensão dos incêndios fosse maior»,
colocando em perigo habitações e outros bens.
No caso dos dois focos que surgiram
no pátio da habitação, a PJ lembra que existem outras casas contíguas, que também
poderiam ter sido afectadas.
Não tendo dúvidas de que os seis
fogos «foram mesmo intencionais», a polícia de investigação não sabe ainda
explicar as motivações da mulher, uma vez que ainda não falou, nem admitiu a
autoria.
Contudo, salienta a Judiciária, o
perfil típico do incendiário aponta para alcoolismo, vingança ou outro tipo de
desavenças, «sendo normal existir uma mistura destes factores». A PJ admite que
a passagem pela prisão preventiva possa levar a suspeita a rever a sua posição
de não prestar declarações.
O alcoolismo e uma situação familiar
desestruturada foi precisamente a causa apontada ao madeireiro de 41 anos
detido na semana passada em Arganil, após a alegada autoria de 24 incêndios na
mesma zona, em três meses. Este indivíduo, contudo, não ficaria em prisão
preventiva, estando apenas obrigado à apresentação às autoridades duas vezes
por semana, o que vem contrariar, de certa forma, a habitual decisão dos
magistrados. Segundo a fonte da PJ, a Directoria do Centro já deteve, este ano,
13 presumíveis incendiários, oito dos quais estão em prisão preventiva. A nível
nacional, são já 29 os detidos por este tipo de crime.
Jornalista José Carlos Salgueiro
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