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EN110 - Utentes dão 72 horas para repor as condições de circulação

Algumas dezenas de munícipes de Penacova concentraram-se ontem em frente ao município para exigir o início da empreitada de remoção do talude que desabou há cerca de um mês ao quilómetro 11,6 da Estrada nacional 110, entre Coimbra/Portela e Penacova.




Embora a Estradas de Portugal (EP) tivesse anunciado que as obras começam hoje, a Comissão de Utentes da Estrada Nacional 110, constituída na sequência do desabamento, não desmobilizou a manifestação de ontem, condicionada, todavia, pelo mau tempo.

Jorge Neves, António Tomé, Jorge Figueira e Eduardo Ferreira foram os líderes da contestação, sublinhando o tempo que os residentes estão a perder, todos os dias, para chegar a casa, principalmente os que utilizam transportes rodoviários públicos.

Ainda na passada sexta feira, uma moradora do concelho esteve em viagem, dentro do autocarro, durante 02H20, quando antes a viagem não demorava mais de uma hora. Como os autocarros de ligações regulares não podem circular no IP3, os desvios dos transportes públicos passam por Vila Nova de Poiares ou, mesmo, Lousã, como aconteceu na sexta-feira.

As aldeias mais prejudicadas com o corte da estrada são Foz do Caneiro, Rebordosa, Chelo e Loredo, mas também populações de concelhos do interior da região, como Tábua, Coja e Arganil.

Por isso, a Comissão de Utentes defende que a primeira coisa a fazer, se as obras de remoção  começarem hoje, é abrir um corredor, mesmo que seja de apenas uma faixa, para que o tráfego comece a fluir em sentidos alternados.

Se a EP não resolver o problema com celeridade, a população ameaça com um acampamento/vigília à porta da Delegação das Estradas de Portugal em Antanhol – Coimbra, bem como “a realização de um peditório para pagarmos a uma máquina para proceder à remoção das pedras na EN110 e apresentação de uma queixa na GNR contra a Estradas de Portugal”, se o problema não for resolvido em 72 horas a partir de hoje.


Entretanto, Mariana Mortágua, deputada do Bloco de Esquerda (BE), enviou um documento à presidente da Assembleia da República denunciando que “os cidadãos tentaram junto da Estradas de Portugal resolver a situação, mas nada tem sido feito. Os cortes, a austeridade, a crise são a justificação avançada para tudo, em todo o lado, para todas as situações. Os cidadãos, tratados como simples números, ficam sempre para trás nas suas necessidades e justas reivindicações”.  

Jornalista - António Rosado

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