VIDA POLÍTICA - Insultos e agressões entre membros da Assembleia Municipal
«Tenho 29 anos, uma empresa em Penacova, sou
presidente da concelhia do CDS-PP e nunca me tinha visto numa situação destas».
Palavras de Carlos Barbas, membro da Assembleia Municipal (AM) de Penacova, a
propósito do “desaguisado” que marcou a última reunião daquele órgão. Membro da
bancada “Coligação Juntos por Penacova”, Carlos Barbas saiu da última reunião, na
tarde de sábado, «sem botões na camisa» e possivelmente, admite, com algumas nódoas
negras nos braços. «Fui insultado e agredido» sublinha, confessando que «reagiu»
perante os “palavrões” que lhe foram dirigidos no intervalo da reunião, no
exterior da sala. «Reagi, mas reagi em minha defesa», adianta, “apontando” o
dedo a dois elementos da bancada do PS, «Atiraramse a mim e reagi. Não o devia ter
feito. A eles não peço desculpa. Peço, sim, desculpa às pessoas de Penacova e à
Assembleia, que não merecia isto», diz ainda Carlos Barbas.
A contenda e a linguagem menos própria que lhe
deu origem terminou com a intervenção de outros elementos da Assembleia, «que
nos separaram », conta Carlos Barbas, lamentando a «conivência do presidente da
Assembleia Municipal, Pedro Coimbra, que nada fez para apaziguar os ânimos». O
líder do CDS-PP de Penacova reconhece que, apesar de estreante nas lides
autárquicas, já se tinha apercebido de «algumas questões mal resolvidas,
resultantes de mandatos anteriores», que têm motivado algum “frisson” nas
reuniões da AM. Na terceira a que assistiu, a «coisa descambou», assume.
Segundo apurámos, antes do intervalo os ânimos
teriam ficado “espicaçados” com um pedido de esclarecimento de Francisco
Azougado da Mata, da coligação, que questionou o executivo relativamente aos custos
de sete pessoas a tempo inteiro. A resposta coube a António Fonseca, do PS, que
terá sido «muito desagradável», levando o deputado da coligação a sair da sala
e a deslocar-se para o átrio, onde ficou. Pouco depois juntou-se-lhe Carlos Barbas e
deu-se a contenda.
Carlos Barbas assegurou ontem ao Diário de
Coimbra que vai à próxima reunião da AM. Antes vai reunir com «a Distrital do
CDS-PP» e também com a “coligação Juntos por Penacova”. Esta reunião estava marcada
para ontem à noite, com o objectivo de «tomar uma posição política». «Não estamos
disponíveis para continuarmos a ser ofendidos e, inclusivamente, agredidos»,
assume a coligação, que também vai apresentar queixa-crime.
Pedro
Coimbra, presidente da AM, desmentiu «categoricamente» «qualquer desentendimento».
«Nas AM por mim presididas nunca assisti a qualquer desentendimento, nem nesta
nem em nenhuma outra». O também responsável da
Federação do PS admite que, «se houve algum desentendimento entre cidadãos,
fora da AM, será apenas da responsabilidade dos próprios.
Uma
coisa são discussões mais acaloradas», outra são «actos menos dignos, que não
permito. As AM têm decorrido com dignidade, nunca permitiria abusos», diz. Se
na AM «sou responsável por zelar pelo seu bom funcionamento, já não posso
responder por comportamentos individuais» fora daquele
espaço, rematou
Jornalista Manuel Ventura
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