IP3 - Acessibilidades não dão resposta aos empresários
Presidente da Câmara de Vila Nova de Poiares reclama ligação ao IP3 e apela aos empresários para se envolverem na luta.
Os empresários de Poiares
não têm dúvidas: faltam estradas para potenciar os negócios. «Todos nos dizem
que são as acessibilidades que criam constrangimentos e dificuldades», lamentou
ontem presidente da autarquia numa sessão onde estiveram, precisamente, os
empresários do concelho.
João Miguel Henriques falava
na cerimónia de constituição da Associação Empresarial de Poiares (AEDP) onde garantiu
que quem tem os seus negócios em Poiares «gasta mais do que gastaria noutro qualquer
local do distrito».
«Houve muitos
investimentos em estradas pela Comunidade Europeia, mas aqui nada chegou»,
lamentou autarca, que nem sequer se manifestou contra os investimentos eleitos no
“pacote” das Infra-estruturas de Alto Valor Acrescentado, como o Porto da
Figueira da Foz e o IP3, mas questionou a forma como vão ser feitos. «É importante
ligar o porto à fronteira, mas será que para o fazermos temos de ir a Viseu? Não
haveria outras alternativas? », questionou. Mais, estes são investimentos que
«só são importantes para nós se conseguirmos lá chegar», disse ainda.
Não é o caso e a ambicionada ligação ao IP3, via que está a escassos
quilómetros da vila, continua de fora das prioridades dos governantes.
Crítico, João Miguel
Henriques afirma que haverá «outras vontades além da vontade de favorecer o
desenvolvimento económico» e diz mesmo sentir-se «discriminado» mas determinado
em ir «à luta». «Cortar uma estrada, fazer uma conferência ou uma manifestação»
pode ser a resposta.
Para já, o autarca está
na «fase de negociação», mas vai deixando o apelo aos empresários para que «em
caso de necessidade se envolvam» porque as vias que existem «não conseguem dar
resposta».
Foram muitos os que
ouviram a mensagem. Mais de 80, tantos quantas as empresas que se fizeram
representar na cerimónia de constituição da AEDP, uma nova estrutura que visa,
segundo os estatutos, «o desenvolvimento e prosperidade da actividade dos seus
associados e da região geográfica em que se insere». Em suma, a AEDP pretende
«apoiar as empresas, incluindo empresários em nome individual ou empresas de
menor dimensão», resumiu João Candeias, da comissão instaladora.
Uma associação que surge duas
décadas depois da última congénere que, de acordo com Fernando Cardoso, da
Confederação de Comércio e Serviços de Portugal, terá sido a Associação Empresarial
de Cantanhede, em 1994.
«Poiares precisava desta
associação», disse o presidente da autarquia que, entre outros aspectos,
destacou o papel «reivindicativo» que a estrutura pode ter em prol do tecido económico
do concelho, bem como a sua «capacidade negocial» para aceder a fundos comunitários.
Depois da constituição, a AEDP vai a votos a 11 de Julho, para eleger os seus
órgãos sociais. As listas podem ser entregues até 30 de Junho.
Texto de Margarida Alvarinhas
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