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ACIDENTES - Dois despistes no IP3 marcaram o dia dos Bombeiros de Penacova

Numa só tarde, dois acidentes envolvendo viaturas pesadas no IP3 e a escassos quilómetros de distância um do outro. Depois do despiste do camião que tombou para a estrada de acesso à empresa Caldas de Penacova, pelas 16h00 era dado novo alerta aos Bombeiros Voluntários locais, para outro despiste de um veículo pesado, desta vez na ponte do Cunhedo, ao quilómetro 68.

1º Despiste



Um camião, carregado com 24 toneladas de pasta de papel, despistou-se ontem no IP3, em Penacova, indo tombar numa estrada paralela, que ficou intransitável. O alerta foi dado às 12h00 e, durante todo o dia, equipas trabalharam na trasfega da carga e na remoção da viatura.

O despiste, segundo o comandante dos Bombeiros Voluntários de Penacova, envolveu um veículo pesado da empresa Eurosamarro, de Oliveira do Bairro, que transportava pasta de papel da Figueira da Foz tendo como destino Espanha. Na zona de Penacova, o veículo embateu no separador central e galgou o IP3, caindo de uma altura de cinco metros, para tombar na única via de acesso de veículos pesados à empresa das águas Caldas de Penacova.

O camião era conduzido, segundo António Simões, por um homem de 47 anos, residente em Aveiro, que, apesar da queda e do aparato, sofreu apenas ferimentos ligeiros e «saiu pelos próprios meios» da viatura. Foi transportado aos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC) como medida de precaução.

Segundo o comandante do Destacamento de Trânsito de Coimbra da GNR, Sandro Oliveira, a circulação no IP3 esteve parcialmente cortada durante meia hora, uma vez que foi necessário aos militares e bombeiros remover os destroços da via, já que, ao embater no separador central, o camião projectou pedaços de betão, inclusivamente, para a faixa contrária. «Nessa altura, um dos carros a passar furou dois pneus», disse Sandro Oliveira.

As causas do despiste estão por apurar, sendo certo que, segundo o comandante da GNR, na altura da ocorrência a chuva caía com intensidade.


O veículo esteve imobilizado na via ao longo de todo o dia, impedindo a saída de camiões da empresa Caldas de Penacova. Segundo Urbano Marques, administrador da empresa, ontem, a meio da tarde, estavam 30 camiões parados na empresa, cada um com uma carga de 24 toneladas de água, a aguardar que a estrada fosse desimpedida e pudessem seguir marcha. «Estamos intransitáveis. Não recebemos e não expedimos», dizia ontem Urbano Marques, falando num prejuízo «bastante grande» para a empresa, com «contratos que não vão ser cumpridos» porque não saem camiões de mercadoria.

Pouco depois das 22h00 os Bombeiros de Penacova, com a ajuda de uma grua, ultimavam «a trasfega da pasta de papel». Parte do camião já estava sobre um “porta-máquinas”, de acordo com o comandante dos Voluntários, para seguir o “seu destino”. Apesar das dificuldades da operação, António Simões acreditava que a situação estaria resolvida «dentro de meia hora», permitindo a reabertura da via de acesso à empresa Caldas de Penacova.

2º Despiste



Segundo o comandante dos Bombeiros de Penacova, tratou-se de um «aparatoso» despiste, do qual resultou um ferido politraumatizado, o condutor da viatura, que foi transportado para os Hospitais da Universidade de Coimbra.

Ainda segundo António Simões, o homem estava encarcerado na cabine do camião e só meia hora depois do início dos trabalhos é que os bombeiros conseguiram retirá-lo, uma vez que uma das portas do camião estava virada para o rio e a outra não abria porque o camião fez efeito tesoura. «Tivemos de arranjar abertura», explicou António Simões, frisando que o camião circulava vazio e esse foi um factor que minimizou o acidente. Caso contrário, a carga poderia ter projectado a viatura para o rio.

O camião circulava no sentido Coimbra-Viseu quando se despistou e «atravessou a faixa para o lado contrário». À noite, permanecia no local e o trânsito no IP3 condicionado. Para o local os bombeiros deslocaram sete homens com uma ambulância, viatura de desencarceramento e carro de comando.| Margarida Alvarinhas