CONFRARIA DA LAMPREIA - O XII Capítulo da Confraria da Lampreia lança repto à criação de um museu
Como
Lorvão está a viver até Outubro as festividades dos 300 Anos daTrasladação das Santas Rainhas Teresa e Sancha, nada melhor do que
receber o XII Capítulo da Confraria da Lampreia, no passado dia 21
de Março; e a comunidade lorvanense fê-lo com lhaneza, porque para
além de ser a Filarmónica a anfitriã, o desfile das diversas
confrarias presentes ao longo do povoado, foi de festa, pois em quase
todas as janelas estavam «debruçadas» lindas colchas, algumas
tendo o perfil de serem já bastante usadas em actos idênticos.
Mas
as cerimónias do Capítulo iniciaram-se nos Paços do Concelho
de Penacova, onde o presidente do Município, Dr. Humberto Oliveira,
deu as boas-vindas, com palavras a elogiar que o concelho está cada
vez mais vivo e por isso estas e outras realizações dão-lhe mais
força e dinâmica para continuar. Felicitando a Confraria por
mais um capítulo, falou de projectos e um deles tem a ver com a
requalificação urbanístico de Lorvão, bem como do seu Mosteiro,
para assim «podermos colocar Lorvão no mapa da história».
Recordou ainda que Penacova, até ao final do mês de Abril,
ainda vive a época da Lampreia.
Vamos
agora ao Museu da Lampreia?...
Este
dia fica também marcado pelo alvitre que o juiz da Confraria,
Dr. Luís Pais Amante, deixou no coração do Município,
de se começar a pensar na concretização do Museu da Lampreia, indo
ao encontro do projecto que está em desenvolvimento, através
da Universidade de Évora, ou seja a edificação do
percurso temático da lampreia entre a Figueira da Foz e a foz do Rio
Alva, na Raiva. É uma iniciativa que, como já é conhecida no
estrangeiro, pode alavancar ainda mais o turismo na região, e depois
de recordar que a Confraria, paralelamente com outras forças
responsáveis, teve luta constante para a concretização da
construção da escada de peixe no açude de Coimbra, e a luta para a
não concretização da construção da mini-hídrica, à Foz do
Caneiro, que considerou uma vitória da Lampreia e do turismo local,
tendo como base, também, a defesa da Natureza.
Sobre
a formação do Museu da Lampreia, o Juiz da Confraria da
Lampreia, deixou o repto ao Presidente da Câmara, o qual não
se mostrou reticente, antes, pelo contrário, se disponibilizou,
em nome do Município para apoiar a iniciativa, concordando que
será mais uma luz que se acende na riqueza cultural e
patrimonial de que Penacova já possui e que se vai tentando
desenvolver outras actividades no sentido de reforçar a
promoção de Penacova.
O
Dr. Pais Amante afirmou ainda que é com tudo isto que se continuará
a fazer de Penacova a Capital da Lampreia, fazendo com que esta
denominação seja cada vez mais fortalecida, alicerçada
numa âncora de desenvolvimento.
Três
novos confrades aderiram à Confraria
Já
em Lorvão, depois do desfile de todas as Confrarias presentes
pela vila – da Igreja de Nossa Senhora da Esperança à Igreja do
Mosteiro Santa Maria - e foram em grande número as suas
representações, procedeu-se à entronização de três confrades; e
foi nos claustros do Mosteiro que a cerimónia teve lugar, mas antes
usaram da palavra o presidente da Associação Nacional das
Confrarias, Dr. Dário Tomé, anunciando que o próximo encontro
da Associação será em Lorvão, no último sábado de Junho; o
representante da Federação das Confrarias, Dr. Arsénio Viegas
e finalmente o mordomo-mor da Confraria anfitriã, Dr. Fernando
Lopes, que procederia aos habituais rituais que os novos
confrades teriam que seguir depois de receberem o emblema
de confrades de pleno direito da Confraria da Lampreia.
Os
três confrades empossados foram:
-
Fábio Marcelo Fonseca Nogueira, arquitecto pela Escola
Universitária das Artes de Coimbra, natural de Penacova;
-
Manuel Fonseca Nogueira, natural de Miro (Penacova), é bacharel em
Contabilidade e Administração e licenciado em Controlo de Gestão
pelo Instituto Superior de Contabilidade e Administração de
Coimbra, formação que adquiriu em regime de
trabalhador-estudante;
-
Fri-Salgados, de Tábua, que passou a fabricar produto ligado à
lampreia, empresa que foi representada pelo sócio-gerente Rui
Andrade.
Grande
espectáculo na Sala do Cadeiral
Em
lugar tão emblemático do Mosteiro de Lorvão, que é a Sala do
Cadeiral, desenrolou-se espectáculo que teve de tão brilhante como
de curioso. O Coral Divo Canto, de Penacova, interpretou, de forma
soberba, a Ópera «Orfeu e Eurídice», cujo elenco, apresentando-se
de várias formas, consoante as interpretações que iam
surgindo. Na verdade, foi um grande espectáculo, tanto mais
desenrolando-se num espaço tão belo e tão rico em história.
Depois
foi o almoço, no corredor do antigo hospital psiquiátrico,
espaço que vai também ser intervencionado.
José Travassos de Vasconcelos - A Comarca de Arganil


