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RIO MONDEGO promove união entre Figueira da Foz e Penacova


No âmbito da Festa do Barqueiro, que se realizou durante três dias, o Grupo de Solidariedade Social, Desportivo, Cultural e Recreativo de Miro levou ontem a centenas de pessoas as memórias do antigo tráfego comercial das barcas serranas, que, através rio Mondego, levavam para o interior todo o tipo de produtos, como o sal da Figueira da Foz, descendo com lenha, carqueija e muitos outros materiais que faziam falta nas zonas urbanas.

Até os estudantes e professores iam assim para Coimbra, foi ontem explicado, numa jornada em que foi recriada a forma como era descarregado o sal, num local chamado Vale dos Ladrões.

A barca aportou depois em Entre Penedos (Livraria do Mondego para os forasteiros), onde a colectividade de Miro, numa parceria com a Casa do Sal e a Terraplanta, lançou o produto Flor de Sal da Figueira com ervas aromáticas de Penacova.

Uma novidade, a par das bolachas com flor de sal, que, segundo Manuel Nogueira, presidente da colectividade, têm a ambição de entrar no circuito comercial nacional e internacional.

O momento foi também de assinatura de um protocolo entre as duas entidades e as duas autarquias, com João Ataíde, edil da Figueira a lembrar que «está tudo inventado, o difícil é ter imaginação», deixando a certeza de que o produto ontem apresentado é claramente diferenciador.

O autarca, também presidente da Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra lembrou ainda que o rio Mondego foi a espinha dorsal à volta da qual foi criado o antigo distrito de Coimbra, ideia partilhada por Humberto Oliveira, presidente da Câmara Municipal de Penacova, que defendeu a ideia de que influenciou mesmo os concelhos que não eram banhados.

«Isto era o nosso IP3», disse, aludindo ao facto de há não muitas décadas o rio Mondego ser a via comercial por excelência da região, salientando o autarca de Penacova que as Beiras eram abastecidas a partir do Porto da Raiva, de todas as mercadorias que as barcas serranas transportavam da Figueira da Foz e de Coimbra, sendo que, no sentido inversos, eram as zonas urbanas a receber as produções típicas das zonas serranas.

José Carlos Salgueiro  - Diário de Coimbra