PENACOVENSES PELO MUNDO - Projeto desportivo levou penacovense até à Tailândia
Luís Pena Viegas, 33 anos, trocou há um ano e meio São Pedro de Alva, no concelho de Penacova, por Bangkok, na Tailândia. Foi um projeto desportivo (de futebol) e um desafio lançado pelo treinador Rui Bento que o fizeram ir para um país tão diferente e tão longe de casa.
Neste ano e meio há uma experiência muito enriquecedora
para guardar e juntar ao currículo da vida e, para já, a certeza, que ainda é
para prolongar.
Ao Jornal, Luís Viegas disse que há algum tempo “equacionava trabalhar no estrangeiro,
embora as possibilidades apontassem mais para a Europa ou para o Médio Oriente”.
A oportunidade da Tailândia surgiu quando Luís Viegas
estava na parte final de um projeto que “já
não tinha grande consistência, no Beira-Mar”. Nessa altura, foi convidado
pelo Rui Bento (treinador com quem tinha trabalhado no Beira-Mar) e aceitou o
desafio. “Conhecia pouco da Tailândia
enquanto país e apenas tinha uma ideia geral do futebol daqui, mas o projeto
interessou-me desde logo”, afirmou ao nosso jornal.
Há um ano e meio que a aventura começou, mais precisamente
a 20 de janeiro de 2014
Porque trabalhando em futebol “é complicado estabelecer horizontes longínquos”, os planos a
curto/médio prazo passam por Bangkok.
Com muitas diferenças em relação ao nosso país – “tanto na vida propriamente dita como no
trabalho”, Luís Viegas realça que na Tailândia, e em particular em Bangkok,
“vive-se bem”. “A vida pode considerar-se acessível, sobretudo em comparação com
Portugal, e a cidade tem tudo o que uma metrópole oferece. Há sempre algo para
fazer, algo novo para conhecer. É uma cidade desenvolvida e que cresce todos os
dias. Só Bangkok e a zona envolvente têm quase o dobro da população de Portugal
inteiro. Mas as pessoas são, no geral, prestáveis, o que tornou a adaptação
fácil. No trabalho, o futebol daqui tem algumas particularidades e há sempre a
necessidade de entender a cultura e os hábitos, mas no resto trabalhamos como
na Europa. As pessoas são apaixonadas por futebol e o meu clube em particular
está a crescer e creio que no sentido certo. Daí que tenha aceitado o convite
para continuar aqui quando o Rui Bento saiu, em abril de 2014”.
Embora tenha saído o treinador português que o desafiou
para esta aventura, o clube – Bangkok United FC – contratou um treinador
germano-brasileiro que Luís Viegas considera “acima da média” estando tudo a correr “bastante bem”.
A língua foi uma das barreiras e das surpresas, porque os
tailandeses, no geral, “têm um inglês
limitado”. Regra geral sabem “o básico para o dia-a-dia”, no entanto, Luís
já aprendeu algumas palavras em tailandês e em situações mais particulares
dispõem de um tradutor.
Porque sempre considerou a possibilidade de trabalhar fora
do país, Luís Viegas afirmou que equacionava tal hipótese por uma questão de “valorização pessoal e profissional”. “Desejava contactar com novas culturas e
formas de trabalhar. E para já considero que tomei a decisão correta porque em
Portugal só num dos chamados clubes grandes é que poderia ter as condições, a
valorização e as perspetivas que tenho aqui”.
E apesar da muita distância que separa os dois países, a
evolução informática permitiu que esta conversa fosse possível, com respostas e
perguntas em tempo real e sem interferências. A saudade, com a internet, passou
a ter outro significado. Todas as distâncias ficaram mais curtas.
Rute Melo – Diário As
Beiras