RECADOS DO PATRIMÓNIO - O Reencerramento dos túmulos das Santas Rainhas em Lorvão
A igreja monacal lorvanense foi
palco de um dos momentos mais brilhantes da sua longa epopeia histórica para
gáudio dos lorvanenses e não só, materializado numa sessão solene dita de
“encerramento dos túmulos das Santas Rainhas nos 300 anos das relíquias para a
igreja do Mosteiro”. Presentes as principais entidades eclesiásticas da Diocese
de Coimbra, autarcas e associações do concelho, irmandades do Lorvão, Arouca,
Coimbra e Espanha (nota negativa para as ausências de Montemor-o-Velho e
Alenquer) e de muito, mas muito povo animado pela devoção e algo de
curiosidade, o que é saudável. A igreja monacal repleta de pessoas respirava
devoção, alegria, entusiasmo e comungava dos cânticos provindos dos coros
dirigidos por Nuno Fileno com acompanhamento musical do monumental órgão
tubular sob o comando do organista João Guerra. Simplesmente deslumbrante e
cinestesiante bem à maneira da gratidão das Santas Rainhas.

O autor de RP marcou presença, não
foi convidado, nem precisava de o ser, o momento exigia-o e por isso sou
obrigado a confessar a não neutralidade historiográfica para narrar emoções e
sentimentos, conforto e alegria, “vivências” culturais, patrimoniais e de fé
impares… e só temos de estar gratos ao Supremo por ter permitido ser
participante nesta cerimónia exaltante e brilhante da comunidade lorvanense. As
cerimónias, por certo não tiveram o brilhantismo das verificadas em 1715
(sábado 19, domingo 20 e 2ª feira 21 de Outubro); mas, foram simplesmente
brilhantes e as comunidades envolvidas estão de parabéns a quem ousamos “tirar
o chapéu” e dizer Obrigado Lorvão.
Dito isto e como recomendação aos
leitores interessados em conhecer algo sobre a história das arcas tumulares e
cerimónias do encerramento em 1715, recomenda-se leitura de um artigo de alta
qualidade científica e leitura apelativa publicado na revista Oceanos (nº 43)
pelo prof. Dr. Nélson Correia Borges, o maior historiador e animador do
mosteiro lorvanense.
*Artigo de opinião originalmente publicado na edição impressa do Diário de Coimbra de 08.11.2015