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EXERCÍCIO - Por esse rio abaixo num verdadeiro espírito de equipa



Coordenação. Disciplina. Resistência. Espírito de equipa. Eis os requisitos que fizeram do exercício que a Escola Naval desenvolveu no Rio Mondego uma missão bem sucedida. Depois da alvorada às 5h30, no parque de campismo de Vila Nova, os jovens cadetes fizeram-se à agua em botes de borracha a remos pouco depois das 7h00 da manhã e, pouco antes das 13h00, os primeiros alunos começaram a chegar à Praça da Canção.

Para trás, ficaram quase 23 quilómetros de rio e vários desafios, num percurso que, pelo menos, enquanto alunos daquela escola superior militar, nenhum dos cadetes conhecia. «Todos os anos, vamos mudando de rio. Já não vínhamos ao Mondego há quatro anos», explicou ao Diário de Coimbra o comandante Edgar Matos Ribeiro, salientando que o exercício foi ainda uma oportunidade «para testar as capacidades físicas, mas também para os cadetes treinarem as competências transversais, espírito de equipa, liderança, dominarem-se a si próprios ou avançarem relativamente às adversidades que encontram».

«É muito bom, porque é sempre um meio novo, uma novidade e em contacto com a natureza», continuou o comandante da Escola Naval, ao acrescentar que nesta descida de rio, «correu tudo dentro da normalidade». «Aqui esteve tudo a favor: corrente a favor, bom tempo», completou, sem esquecer, que ainda assim, os futuros oficiais da Marinha tiveram de transportar o bote em braços cerca de 300 metros, para ultrapassar o açude nas Torres do Mondego.

Dos cerca de 20 botes que percorreram o rio, o primeiro chegou pouco antes das 13h00. A pouco e pouco, os cadetes - em barcos com seis ou sete elementos - foram concluindo a prova, onde todos demonstraram que sabem trabalhar em equipa, dentro e fora de água.

Apesar da fadiga, os que iam concluindo a prova nunca deixaram de incentivar os colegas que davam as últimas pagaiadas rumo à “meta”.

Entre as dezenas de alunos da Escola Naval lá estava Nuno Nunes, de 20 anos. O jovem de Coimbra, a frequentar o terceiro ano, sempre desejou ser oficial da Marinha e já não tarda muito para concretizar o sonho. Enquanto isso, importa continuar a trabalhar e ultrapassar os desafios, porque o dia de «embarcar» não tarda a chegar.

A descida de rio da Escola Naval foi também uma oportunidade para alunos da Escola D. Duarte e do Agrupamento de Escola de Penacova entrarem na aventura, ao percorrerem de bote os quilómetros finais do percurso e sentirem “um cheirinho” do que será a vida de marinheiro.

Patrícia Isabel Silva | Diário de Coimbra