POLÍTICA - Pedro Coimbra pronuncia-se acerca da desistência de António Arnaut à presidência da Federação Distrital do PS
A Federação Distrital de Coimbra do Partido Socialista
tem uma história de combate político. Esse combate foi sempre marcado pela
troca de ideias, de posições e visões, muitas vezes divergentes. Foi sempre um
combate duro mas leal, baseado nos princípios inabaláveis da Liberdade,
Igualdade e Fraternidade.
Lamento, por isso, que António Manuel Arnaut tenha
comunicado a desistência da sua candidatura a Presidente da Federação de
Coimbra do Partido Socialista, uma vez que o tenho como pessoa de bem, que
estimo e considero, pessoal e politicamente. Gostaria, por essas mesmas razões,
que não tivesse desistido de participar democraticamente no acto eleitoral, uma
vez que perder ou ganhar faz parte das regras da Democracia e os resultados só
se avaliam depois dos actos eleitorais.
Por estar há muitos anos afastado da militância activa não conhecendo os Militantes, não conhecendo bem o distrito nem o Partido, porventura, por terceiros, ter-lhe-á sido criada uma elevada expectativa eleitoral que, com o passar do tempo e com a dinâmica da campanha eleitoral, veio a verificar que não existia nas 89 Secções de Residência (a minha candidatura apresentou listas de candidatos a delegados completas e regulares em 88 dessas Secções) e nas 17 Concelhias da Federação de Coimbra.
Por estar há muitos anos afastado da militância activa não conhecendo os Militantes, não conhecendo bem o distrito nem o Partido, porventura, por terceiros, ter-lhe-á sido criada uma elevada expectativa eleitoral que, com o passar do tempo e com a dinâmica da campanha eleitoral, veio a verificar que não existia nas 89 Secções de Residência (a minha candidatura apresentou listas de candidatos a delegados completas e regulares em 88 dessas Secções) e nas 17 Concelhias da Federação de Coimbra.
Fui eu próprio, que após o adiamento das eleições que
chegaram a estar marcadas para março, solicitei à Direcção Nacional do Partido
que fosse dado novo prazo para que se pudesse(m) apresentar outro(s)
candidato(s), uma vez que o prazo para apresentação de candidaturas já tinha
terminado sem que ninguém tivesse formalizado qualquer outra candidatura para
além de mim próprio. Não quis, de forma alguma, limitar a participação
democrática de quem quer que fosse e ajudei a criar a oportunidade necessária
para que os bons quadros do Partido se apresentassem! Os militantes do
Partido não merecem ser defraudados nas suas expectativas e nos esforços de
pacificação interna no distrito de Coimbra, pelo que todos devemos contribuir,
de forma séria e leal, para cumprir esse importante desiderato.
Afirmei publicamente, bem como nos Órgãos Nacionais do Partido - mas também
por escrito e de viva voz aos principais responsáveis nacionais do Partido -
que estaria disponível democraticamente para novas eleições em qualquer data,
com regulamento eleitoral rigoroso, com qualquer caderno eleitoral e com
qualquer adversário. Saliento que as datas, os regulamentos eleitorais e os
cadernos eleitorais (onde constam cerca de 4500 Militantes que pagaram as suas
quotas e, por isso, estão em condições de exercer o direito de voto) são da
única e exclusiva responsabilidade dos Órgãos Nacionais do Partido!
A Direcção Nacional do Partido estipulou regras rigorosas para o acto
eleitoral marcado para 21 de maio e que foram escrupulosamente cumpridas
por todos, excepto o facto de António Manuel Arnaut ter apresentado e
formalizado um Mandatário - obrigatório pelos Regulamentos emitidos pela
Direcção Nacional - que não consta do caderno de militantes activos e de pleno
direito por não ter as quotas em dia.
Também a Comissão Organizadora do Congresso - legitimamente eleita com
rigoroso cumprimento das orientações da Direcção Nacional - que inclui
elementos indicados pelo Camarada António Manuel Arnaut e que é presidida pelo
Camarada Luis Marinho cuja idoneidade pessoal e política está acima de qualquer
suspeita, tem cumprido escrupulosamente todas as suas obrigações e deveres
estipulados nos Estatutos e Regulamentos.
O processo eleitoral tem sido o mais vigiado e escrutinado de sempre na
história da Federação de Coimbra e, porventura, do País, no que diz respeito a
actos eleitorais internos tendo sido a Direcção Nacional do Partido a
conduzi-lo com rigor, isenção e seriedade. Entendo, também por isso, que são
absolutamente infundadas as violentas críticas dirigidas por António Manuel Arnaut
à equipa liderada por António Costa, Secretário Geral do Partido Socialista, na
nota que emitiu e em que anunciou a sua desistência.
Quero deixar um sincero cumprimento democrático às dezenas de Militantes
que integravam a candidatura do Camarada António Manuel Arnaut e que de forma
livre optaram por um projecto político alternativo. Todos me merecem respeito e
consideração!
É tempo de, alguns, felizmente poucos, pararem de enlamear na Comunicação
Social e nas redes sociais o nome do PS, fragilizando a defesa do interesse
colectivo e contribuindo para o descrédito da actividade política, apenas e só,
para alimentar anseios individuais desenfreados e para descarga das suas
frustrações.
Façamos do acto eleitoral e do Congresso da Federação uma vitória da
Democracia, da participação cívica e da discussão política!
Pedro Coimbra
Presidente da Federação de Coimbra do Partido Socialista e candidato às
mesmas funções
