DECO - Combate ao desperdício alimentar: nada se perde, tudo se transforma
Estima-se que desde 1974 o desperdício alimentar tem
aumentado 50%. Assim, atualmente, esta temática tem merecido algum destaque. Perante
o Parlamento Europeu (PE), “o desperdício alimentar assumiu uma dimensão tal
que está a ser considerado um problema à escala mundial que se reflete ao longo
de todos os elos da cadeia agroalimentar, do campo até à mesa dos
consumidores”, apesar de a maior quantidade de desperdício acontecer nos domicílios.
Enquanto que nos países em desenvolvimento
desperdício alimentar ocorre principalmente nas fases da colheita,
pós-colheita, processamento e armazenamento, nos países desenvolvidos, de
acordo com a Agência Portuguesa do Ambiente, “o fluxo de resíduos alimentares representa
uma fração considerável dos resíduos urbanos produzidos”. Este problema é
bastante grave, sabendo que existem 925 milhões de pessoas em risco de
subnutrição no mundo.
Em Portugal não é diferente. De acordo com o Projeto
de Estudo e Reflexão sobre o Desperdício alimentar (PERDA), Portugal desperdiça
cerca de 1 milhão de toneladas, sendo um terço dos alimentos (324 mil)
desperdiçados em casa.
Apesar de nos últimos tempos existir uma maior
sensibilidade para a prática de reutilizar a comida, ainda podemos melhorar
bastante nos nossos gestos diários.
Neste sentido, poderemos apontar alguns gestos que
ajudarão no combate ao desperdício alimentar nomeadamente: comprar alimentos
que têm algum defeito na aparência (por vezes são mais baratos); pedir para
embalar sobras nos restaurantes; no ato da compra ter atenção aos prazos de
validade; comprar as quantidades adequadas ao agregado familiar; reciclar as
sobras em refeições seguintes; colocar os alimentos com validade inferior à
frente; congelar doses de alimentos adaptados ao seu consumo, após descongelar
não voltar a congelar. Se comprar produtos refrigerados ou congelados, leve-os
para casa em sacos isotérmicos, de modo a permitir a circulação do ar em redor
dos alimentos; retirar os produtos frescos pouco tempo antes de serem
consumidos; para evitar contaminações cruzadas embale os alimentos
individualmente.
Melanie
Magalhães,
Técnica Superior de Educação, DECO Coimbra
Os leitores
interessados em obter esclarecimentos relacionados com o Direito do Consumo,
bem como apresentar eventuais problemas ou situações, podem recorrer ao
Gabinete de Apoio ao Consumidor da DECO, bastando, para isso, escreverem para a
DECO – Rua Padre Estêvão Cabral, 79-5º, Sala 504-3000-317 Coimbra