CULTURA - Mosteiro de Lorvão pode acolher Museu da Língua Portuguesa
Celeste Amaro, directora regional
da Cultura do Centro, aventou a possibilidade de criar um Museu da Língua
Portuguesa no Mosteiro de Lorvão. A responsável falava, domingo, na sessão de
encerramento das celebrações do primeiro aniversário da inscrição do códice
“Apocalipse do Lorvão” no Registo de Memória do Mundo”, da Unesco. Celeste
Amaro, de acordo com nota da Câmara de Penacova, demonstrou preocupação com a
sustentabilidade financeira do conjunto monumental, tendo em conta que os
recursos estatais são insuficientes. salientando que existem várias ideias para
o Mosteiro de Lorvão, acrescentou mais uma: um Museu da Língua Portuguesa, que
não existe no país.
As celebrações, promovidas pela
Direcção Geral do Património Cultural, Mosteiro de Alcobaça, Câmara de
Penacova, Direcção Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas e Biblioteca
Nacional, começaram em Alcobaça, onde se assinalou o primeiro aniversário do
“Comentário ao Apocalipse do Beato de Liébana” no Registo de Memória do Mundo
da Unesco.
No segundo dia as atenções
centraram-se no Mosteiro de Lorvão, onde se assistiu a um conjunto de
reflexões. Maria Alegria Marques, da Universidade de Coimbra, abordou a questão
“O Mosteiro de Lorvão ao tempo da produção do Apocalipse de Lorvão”, enquanto
Maria João Branco, da Universidade Nova de Lisboa, falou sobre “Sancho I e o
Mosteiro de Lorvão: contorno de um alegado conflito”. Inês Correia, do Arquivo
Nacional da Torre do Tombo, abordou “O Apocalipse de Lorvão na Memória do
Mundo. A motivação partilhada no desafio de uma candidatura”. Maria Adelaide
Miranda e Maria João Belo, da Universidade Nova de Lisboa referiram-se às cores
do códice, terminando as intervenções com Aires Augusto do Nascimento, da
Academia de Ciência de Lisboa, e autor do livro “Os antigos códices de Lorvão:
balanço de pesquisa e recuperação de tradições», editado pelo município de
Penacova, apresentado no final do colóquio.
O evento representou, também, uma
oportunidade para admirar um fac-simile do Códice Apocalipse de Lorvão, cedido
pela Direcção Geral do Livro, Arquivos e Bibliotecas. Sílvia Lacerda, daquele
organismo, deixou a promessa de trazer ao Lorvão, em breve, uma exposição
temporária com o original do códice, que se encontra na Torre do Tombo.