PRIORIDADE - Requalificação do IP3 é “caso de emergência nacional”
João Azevedo, presidente da câmara
Municipal de Mangualde, foi ontem reeleito presidente do Conselho Regional. O
autarca, que é acompanhado na vice-presidência por Fernando Caçoilo (Ílhavo) e Nuno
Moita (Condeixa-a-Nova), contou com a aprovação da grande maioria dos elementos
presentes.
Na sua intervenção, e depois
de mostrar a solidariedade da região para com os municípios atingidos pelos
fogos florestais do ano passado e mais recentemente em Vila Nova da Rainha, o
responsável elegeu cinco desafios para o período 2018-2022. Em primeiro lugar,
e olhando para a reprogramação do Portugal 2020, a prioridade deverá continuar
a ser o apoio às empresas. “Vivemos numa
região desequilibrada ao nível desta dinâmica”, afirmou.
Depois, a educação,
principalmente porque existem alguns municípios onde ainda é necessário fazer
investimento. Em terceiro lugar, o reforço das verbas para a regeneração urbana
dos pequenos centros urbanos.
Em quarto lugar, “queremos que a região e os seus atores,
nomeadamente as autarquias, as empresas as universidades, tenham uma
participação ativa e tenham uma participação com autonomia”. E frisou: “recusamos Programas Operacionais Regionais
feitos à mesma medida”.
O mais importante dos
desafios é a requalificação do IP3 que, na opinião do autarca, “é um caso de emergência nacional”. “Necessita, no mínimo, de investimentos que
aumentem a circulação em segurança”, frisou. Na área da mobilidade, é vital
a requalificação “cada vez mais urgente” da Linha da Beira Alta, de forma a “que os nossos portos não percam
competitividade e se queremos de forma séria atrair investimentos para a região”.
Obra
prioritária
Pedro Marques garantiu que a
requalificação da via é uma “prioridade”
deste Governo, apesar de ter lamentado que até agora nunca tenham sido feitos “os estudos da solução estrutural para
aquela via”.
Neste momento, e enquanto
não é possível avançar com a solução final para a futura decisão, está em fase
de adjudicação um investimento de 2,5 milhões de euros “para obras prioritárias em taludes que estão a criar condições de
insegurança”. Após o visto do Tribunal de Contas, é previsível que a
intervenção arranque no primeiro semestre deste ano. “É um sinal que damos de que não queremos abandonar esta via”, afirmou
o governante.
Sobre a futura ligação, o
ministro não se quis alongar muito, pois caberá aos autores do estudo definir “o melhor traçado, o impacte ambiental e os
custos económicos”. É que, como fez questão de lembrar, esta terá de ser
uma obra paga pelo Orçamento de Estado. É que quem negociou o atual quadro
comunitário disse a Bruxelas que “os
investimentos rodoviários têm prioridade negativa para o crescimento do país”.
“Recuperar no próximo ciclo de
programação a possibilidade de fi nanciamento comunitário é complexo”,
disse. Quanto à Linha da Beira Alta, a requalificação também é para avançar, mas
primeiro é preciso requalificar o troço Covilhã- Guarda (Linha da Beira Baixa),
de forma a poder avançar com esta intervenção.
“Temos
de acelerar a execução dos projetos”, pede Ana Abrunhosa
A presidente da Comissão de
Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), Ana Abrunhosa,
mostrou-se ontem preocupada com o atual “quadro
de desempenho” do Programa Operacional Regional (POR) Centro. Na intervenção
feita durante o Conselho Regional, e que serviu para fazer um balanço da
aplicação deste programa até 31 de dezembro de 2017, a responsável divulgou
que, ao nível das taxas de compromisso e execução, a região apresenta,
respetivamente, menos sete pontos percentuais e menos três pontos percentuais
da meta traçada pela instituição.
Apesar desta diferença, a
presidente da CCDRC acredita que 2018 inverterá esta tendência e que pode
resultar do facto de, no último semestre, terem decorrido eleições autárquicas
e metade dos municípios “foram afetados
por incêndios”, o que teve “um
impacto terrível no trabalho desenvolvido pelas autarquias”.
Segundo Ana Abrunhosa, as
causas destes valores passam pelos “mapeamentos,
estratégias dos pactos, estratégias Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano
(PEDU) e Planos de Ação de Regeneração Urbana (PARU), avaliação “ ex ante ” dos
Incentivos Financeiros (IF) e as aprovações quase inexistentes no eixo seis
(eficiência energética)”.
Os riscos desta situação
podem levar a uma “baixa utilização de
IF, baixa execução dos municípios, baixa procura de Fundos Sociais Europeus por
parte das empresas, Fundos Sociais Europeus sem utilização no eixo dois Educação
e áreas do Programa Operacional (PO) sem avisos”.
Perante este cenário, a
palavra de ordem é “acelerar a execução
dos projetos” que já têm financiamento garantido.
Ao nível da
territorialização das políticas, o destaque vai para as regiões de Leiria e
Aveiro, as quais apresentam maior fundo per capita, devido à aprovação dos
sistemas de incentivo às empresas. Relativamente ao investimento empresarial
(Centro 2020 e Compete 2020), já foram aprovados 3.470 projetos que representam
2.438 milhões de euros de investimento elegível e 1.284 milhões de euros de
fundo atribuído. Tal como aconteceu anteriormente, também Aveiro e Leiria
lideram, respetivamente, com 33,8 por cento e 19 por cento. A Região de Coimbra
está em quarto lugar no quadro apresentado por Ana Abrunhosa.
António
Alves – Diário As Beiras

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