AMBIENTE - Confraria da Lampreia alerta para os efeitos de um desassoreamento descuidado do Mondego
A obra de desassoreamento do
rio Mondego, no troço em que atravessa Coimbra, reveste-se de “malefícios ambientais”, diz o
mordomo-mor da Confraria da Lampreia, Luís Pais Amante. O responsável considera
que, ao longo dos meses em que a empreitada decorre, “estarão em causa, tanto a morte massiva de milhares de larvas de
lampreia marinha, como a hipótese de não estar a ser feita uma monitorização
técnica e cientificamente adequada”.
O confrade-mor acrescenta
que “a Confraria da Lampreia e,
igualmente, os cientistas que há mais de 20 anos se dedicam a investigar a
biologia da Lampreia no Mondego, ainda não conseguiram perceber, sequer, em que
moldes a dragagem e o depósito estão a ser monitorizados”.
Numa tomada de posição na
página de facebook da confraria, Luís Pais Amante regista que “a lampreia é uma espécie protegida” e a
morte de um número significativo destes animais pode enquadrar-se no artigo
278º, do Código Penal. Tendo pedido a intervenção do Ministério Público, o
dirigente da confraria afirma que os membros da direção estão “expectáveis relativamente ao curso efetivo
da investigação atinente, o que pedimos, com todo o respeito, à Procuradoria
Geral da República.”
A este propósito,
o executivo da Câmara Municipal de Coimbra (CMC) vai hoje celebrar um acordo de
colaboração entre a CMC e o Departamento de Ciências da Terra (DCT) da
Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), para que
os alunos de mestrado deste departamento possam fazer o acompanhamento das
obras de responsabilidade municipal, no âmbito de um estágio curricular, o qual vai incidir, especificamente, sobre as operações de
dragagem e a reabilitação das margens do rio Mondego.

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