Que Justiça temos?
Nesta quarta-feira vamos
conhecer as medidas de coação aplicadas aos Juízes Desembargadores, Rui Rangel
e Fátima Galante, num processo em que são suspeitos de exararem decisões
judiciais favoráveis a determinada parte processual a troco de dividendos.
A minha pequena reflexão,
tem antes de mais, como premissa, a defesa intransigente do princípio da
presunção da inocência: ninguém pode ser condenado sem que tenha sido proferida
Sentença condenatória transitada em julgado, isto é, Decisão sobre a qual não é
passível de recurso judicial ordinário.
Posto isto, pergunta-se: Que
Justiça temos?
Aquela que deriva da
aplicação da lei e do direito, em que a Decisão Judicial se ancora nas provas
carreadas para os processos respectivos, ou, uma justiça em que uma das partes
envolvida consegue influenciar a Decisão por meios ilícitos?
O cidadão já tem na
aplicação da justiça uma visão classista considerando que há uma para pobres e
outra para os mais abonados.
Ora, estas notícias, ainda
que de meros indícios se tratem e não passem de especulações infundadas, devem
deixar todos os operadores judiciários (Juízes, Magistrados do MP, Funcionários
Judiciais, Advogados) inquietos, pois precisamos da confiança do cidadão para
que a aplicação da justiça tenha a virtude de ser reconhecida por toda a
comunidade como justa.
Sem esse desiderato o estado
de direito fica deveras ameaçado.
Fernando
Lopes - Advogado
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