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ANIVERSÁRIO - Bombeiros homenageados mas mais limites orçamentais



O protocolo assinado com o INEM é altamente lesivo para as corporações dos bombeiros”, denunciou ontem o presidente da direção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Penacova.

Paulo Dias não foi brando nas palavras que utilizou para assinalar os 90 anos da corporação, numa cerimónia que encheu o salão do quartel, onde esteve a esmagadora maioria dos 120 bombeiros no ativo e grande parte das famílias.

O responsável pela instituição referiu que os cerca de três mil euros que a corporação recebe por ano para o operar a ambulância que lhe foi atribuída “mal chega para pagar o seguro”, constatando que “é necessário rever os apoios anuais com o INEM, se é que queremos ter viaturas em boas condições operacionais”, até porque “a missão de assistência pré-hospitalar é do INEM e os bombeiros são apenas parceiros”.

Equipamentos de Proteção Individual já têm seis anos

Outras questões financeiras, mas também operacionais, foram referidas por Paulo Dias, como é o caso da necessidade de renovar o Equipamento de Proteção Individual (EPI), distribuído aos bombeiros em 2013 pela última vez, e a necessidade de fazer alterações à validação, às vezes recusadas, das despesas feitas pelos bombeiros no combate aos fogos florestais.

Neste quadro, o presidente da associação humanitária conclui que “a folga orçamental é cada vez menor para fazer a necessária renovação do equipamento”. A ressalva quanto a apoios, ficou reservada para o Município de Penacova, representado na sessão pelo vice-presidente João Azadinho. Neste caso, Paulo Dias reconheceu que, ao contrário de outras corporações, “não nos podemos queixar”.

Sete viaturas que entraram oficialmente ao serviço

Por outro lado, não será por falta de viaturas, de características adaptadas aos diversos serviços prestados pela corporação, que o serviço fica por fazer. É que ontem entraram em operação sete novos veículos, cuja respetiva bênção foi feita debaixo de teto, devido à chuva que se fez sentir durante a cerimónia. Na sessão solene, o comandante dos Bombeiros de Penacova lamentou “a cadeira vazia deixada pela Federação dos Bombeiros do Distrito de Coimbra”. António Simões recordou que liderou de uma equipa diretiva que esteve seis anos na referida federação, realizando, entre outros, dois congressos e desfiles de viaturas em Coimbra e Figueira da Foz mas, “logo a seguir, em menos de um fósforo, destruíram tudo”.

Centrando-se na corporação concelhia que comanda, o responsável destacou a existência de valências diferenciadoras como a equipa de intervenção em meio aquático e a equipa de salvamento em grande ângulo. Quanto a números, destacou os cerca de 50 serviços por dia que os bombeiros de Penacova asseguram, em média, 15 dos quais urgências pré-hospitalares.

Integrando o lote de cinco chefes e sub-chefes que receberam ontem a Medalha de Dedicação e Altruísmo da instituição, com 30 anos de serviço, António Simões viu também serem distinguidos outros cerca de meia centena de bombeiros, com medalhas de assiduidade e dedicação por mais de cinco anos, 10, 15, 20 e 25 anos de serviços prestados. No topo situa-se Armando Simões, sub-chefe de 66 anos que, entretanto, passou ao Quadro de Honra, recebendo o crachá de 45 anos de dedicação aos bombeiros.

António Rosado – Diário As Beiras (Foto Diário de Coimbra)


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