IMPRENSA DIGITAL - Portugal continua a ser um dos países do mundo onde "menos se paga por notícias 'online'"
Portugal continua a destacar-se como um dos países do mundo onde "menos se paga por notícias 'online'”, apesar do aumento de três pontos percentuais entre 2019 e 2020, revela o Digital News Report Portugal 2020 hoje divulgado.
"Não obstante o
aumento de três pontos percentuais entre 2019 e 2020, em termos de pagamento de
notícias 'online', Portugal continua a destacar-se como um dos países do mundo
onde menos se paga" por essas notícias, o que representa "uma forte ameaça à sobrevivência ao
ecossistema noticioso em que os portugueses tanto dizem confiar e que tanto
utilizam de forma tão frequente ao longo do dia", lê-se no relatório.
Trata-se de uma "tendência que esperamos ser de crescimento, face ao forte investimento feito pelas marcas em termos de digitalização dos seus modelos de negócio", adianta o relatório.
Este ano o Digital News Report Portugal (DNR PT 2020) é
lançado no mesmo dia que o Digital News Report Global (DNR), com as grandes
tendências gerais para Portugal e igualarem as globais em vários pontos, refere
o OberCom/Reuters Institute for the Study of Journalism.
"Os dados de 2020 surgem no seguimento de uma tendência
perdulária observada entre 2017 e 2019, onde a proporção de portugueses que
afirma pagar por notícias em formato digital caiu dos 9,5% para os 7,1%",
adianta, apontando que "2020 foi o ano em que se ultrapassou a barreira
simbólica de haver mais de um português por cada 10 a pagar por conteúdos
noticiosos 'online'".
Trata-se de uma "tendência que esperamos ser de crescimento, face ao forte investimento feito pelas marcas em termos de digitalização dos seus modelos de negócio", adianta o relatório.
Entre as diferentes formas de pagamento, refere o DNR PT
2020, "continuam a destacar-se a subscrição de um serviço noticioso
'ongoing', independentemente da periodicidade do pagamento (36,5%), e o
pagamento por notícias por intermédio da subscrição de um outro serviço
(34,5%)".
Destaca-se ainda que "72,9% dos que pagam por notícias
em formato digital o fazerem de forma continuada, ou seja, estão
financeiramente comprometidos no tempo com os conteúdos que estão a
consumir".
Um outro dado relevante "para compreender melhor a pequena amostra de portugueses que paga por
notícias 'online', é de que são, potencialmente, consumidores muito mais ativos
de notícias do que os portugueses em geral, em termos de frequência de consulta
das diversas marcas".
No que respeita às áreas de desporto e economia/finanças,
"a audiência entre os inquiridos
que pagam por notícias 'online' (independentemente da marca a que pagam) é
praticamente o dobro da observada entre os portugueses em geral".
O Reuters Digital News Report 2020 (Reuters DNR 2020) é o
nono relatório anual do Reuters Institute for the Study of Journalism (RISJ) e
o sexto relatório a contar com informação sobre Portugal.
Relativamente às redes sociais, o Facebook é a plataforma
preferida dos portugueses, com três quartos dos inquiridos a afirmar que a usam
para fins gerais e metade para consumo de notícias.
"A plataforma de
'streaming' YouTube surge num destacado segundo lugar, a menos de 10 pontos percentuais
de distância, tendo sido utilizada por 68% dos portugueses", salienta.
"É de destacar
também o papel preponderante que as 'apps' [aplicações] de mensagens
instantâneas têm no quotidiano digital dos portugueses. Ambas propriedade do
universo Facebook, WhatsApp e Facebook Messenger consolidam o seu papel na
paisagem social portuguesa 'online', surgindo a rede Instagram num quinto plano",
acrescenta.
Este ano, "a
proporção de portugueses que utiliza WhatsApp aumentou em 11,8 pontos
percentuais, dos 47,4% para os 59,2%", enquanto no caso do Instagram,
esta subida foi de sete pontos percentuais, dos 39,6% em 2019 para os 46,6% em
2020.
No caso da rede social Twitter, "observou-se um aumento de 3,7 pontos percentuais no mesmo período, dos
11,7% para os 15,4%".
Estas três redes registam "ganhos em termos de utilizadores para fins de consumo de notícias, de
2,8 pontos percentuais no caso do WhatsApp, de 2,3 pontos percentuais no caso
do Instagram e de 3,1 pontos percentuais no do Twitter".
"Níveis de confiança
nas notícias elevados, preocupação com o que é real ou falso na Internet,
aumento do poder das grandes plataformas na distribuição de notícias, o
'smartphone' a ganhar distância face aos restantes dispositivos para acesso a
notícias 'online', o interesse dos portugueses por notícias veiculadas pelos
órgãos de comunicação social regionais, a continuação do aumento dos 'podcasts'
e da importância da televisão, como fonte de notícias, são pontos de destaque"
do DNR PT 2020 hoje divulgado.
A pesquisa foi levada a cabo em 40 países, o tamanho total
da amostra foi de mais de 80 mil adultos, cerca de 2.000 por país, tendo o
trabalho de campo sido realizado entre janeiro e fevereiro deste ano.
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