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Confraria da Lampreia contra construção de barragem no rio Mondego *









A Confraria da Lampreia inaugurou este sábado simbolicamente a escada de peixe no Rio Mondego, em Coimbra, e reafirmou o propósito de avançar com acções judiciais contra a construção de uma barragem na zona de Penacova, por destruir o ecossistema.
Uma acção popular e providências cautelares para travar decisões administrativas são algumas das medidas que a confraria pondera se não surtirem efeito as iniciativas que tem vindo a ser desenvolvidas autonomamente ou enquadradas na Plataforma Mondego Vivo.
Fernando Lopes, presidente daquela confraria, salientou que a construção dessa mini-hídrica anulará os efeitos da escada de peixe, que custou 3,6 milhões de euros, e era uma aspiração com três décadas, para preservar as espécies piscícolas migratórias que sobem o Rio Mondego para a desova.
"Vai destruir-se o habitat da lampreia para construir uma mini-hídrica que em termos energéticos não tem expressão", declarou o dirigente.
Salientou que a futura barragem a 10 quilómetros do Açude-Ponte de Coimbra, onde está instalada a escada de peixe, criará uma albufeira de águas paradas e alterará a fauna piscícola.
Para Fernando Lopes, se se pretendia aumentar a produção de energia eléctrica poderia ter-se instalado mais turbinas nas barragens do Coiço e Fronhas, ambas no Rio Mondego, sem este impacto no rio e nas zonas ribeirinhas que ficarão submersas.
A lampreia tem no Rio Mondego um dos seus habitats, e as especialidades gastronómicas que possibilita estimulam a economia local, mas precisa de água corrente e de baixios arenosos, condições que deixarão de existir, alerta Fernando Lopes.
A Confraria da Lampreia, em conjunto com a Plataforma Mondego Vivo tem em curso a preparação de uma petição à Assembleia da República para anular a concessão da construção da barragem feita pelo Estado a uma empresa, e agendado para 21 de janeiro próximo um encontro científico sobre o tema.


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