ENSINO SUPERIOR - Bloco de Esquerda defende fim das propinas durante a próxima legislatura
Bloco de Esquerda (BE) vai propor o fim das
propinas durante a próxima legislatura, anunciou esta quinta-feira, em Coimbra,
a coordenadora nacional do partido, Catarina Martins, que defendeu também o
financiamento plurianual para as universidades.
"O caminho do
Bloco de Esquerda e aquilo que vamos propor é o fim das propinas durante a
próxima legislatura para assegurar a gratuitidade do ensino superior como
acontece noutros níveis de ensino", afirmou Catarina Martins, que
discursava numa sessão de apresentação dos candidatos pelo círculo de Coimbra
às eleições legislativas.
Na sessão, que teve como enfoque as propostas do partido
na cultura, no ensino superior e na ciência, Catarina Martins referiu que
apesar de as propinas não serem o único obstáculo no acesso ao ensino superior
são um entrave.
Apontando para um mapa da Europa com os valores das
propinas de cada país, a coordenadora nacional do BE notou que Portugal é dos
"países com as propinas mais altas
da União Europeia", apesar de ser dos que tem os salários mais baixos
Essa questão "faz
com que o acesso ao ensino superior, em vez de ser um direito de toda a gente,
passa a ser um privilégio de quem pode", vincou, considerando ainda
que, além de acabar as propinas, é necessário assegurar residências
universitárias, bolsas e um reforço da ação social.
"Pensamos que
toda a gente tem acesso ao ensino superior, mas não é verdade. Andámos muito,
mas continuamos a ter índices de licenciados - mesmo nas camadas mais jovens -
que são um problema para o futuro e isso só se resolve com um acesso
democrático no ensino superior", disse.
Abordando o ensino superior, Catarina Martins defendeu
ainda um financiamento plurianual para as universidades e politécnicos, o
combate à precariedade de investigadores e docentes e a alteração do Regime
Jurídico das Instituições de Ensino Superior.
Nesse âmbito, a coordenadora do Bloco de Esquerda
criticou a forma como os reitores são eleitos de um "grupo pequeno dentro da universidade" e que "podem usar a sua força para excluir a maior
parte dos trabalhadores de acesso a direitos, incluindo o acesso à eleição de
reitores", o que, na sua perspetiva, se assemelha a um sistema
"feudal".
Já as associações académicas "não podem ser
sucursais de cervejeiras para organizar festivais de verão".
"Têm de ser
organizações de estudantes com poder para negociar e para impor o que querem do
ensino superior", sublinhou.
No setor da cultura, Catarina Martins voltou a defender
1% da riqueza investida em cultura, entradas gratuitas nos museus e espaços
culturais para os residentes dos concelhos onde estes estão inseridos, apoio
aos livreiros e editoras independentes, reforço da missão do Camões --
Instituto da Cooperação e da Língua e a criação de uma distribuidora pública de
cinema.
Antes do início da sessão, Catarina Martins foi abordada
por cerca de duas dezenas de trabalhadores dos Serviços Municipalizados de
Transportes Urbanos de Coimbra, que exigem uma carreira própria à semelhança da
Carris, tendo deixado a garantia de que o BE vai acompanhar a petição que deu
entrada na Assembleia da República de uma iniciativa que propõe a regularização
da situação, apesar de admitir que é um processo difícil.
Esta populista demagoga também podia defender o fim dos salários milionários, subsídios e apoios que os deputados, incluindo ela, auferem. Assim, já sobrava muito dinheiro para um Ensino Superior gratuito!
ResponderEliminarQuem paga os devaneios desta gente? Todos nós: cão-tribuintes!