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LORVÃO - Mosteiro une oito freguesias da região

Antigos domínios da ordem chegavam a Montemor, Esgueira ou Viseu. Autarquias vão agora estreitar laços e fazer intercâmbios de vária ordem.


Em tempos imemoriais, as propriedades do Mosteiro de Lorvão eram imensas e atingiam localidades tão distantes como Couto de Baixo ou Couto de Cima, no concelho de Viseu, ou Esgueira, no concelho de Aveiro, sem esquecer a Pampilhosa (Mealhada), Montemor-o-Velho, Botão e Souselas, no município de Coimbra.

Todas estas freguesias formalizaram, no domingo, a decisão de, tendo em conta as raízes histórico culturais comuns, conhecerem-se melhor e promover intercâmbios, através da realização de actividades e troca de saberes.

Desde logo, no primeiro ano de vigência do protocolo, vai ser implementada uma programação cultural inter-freguesias, complementada pelo envolvimento das associações e colectividades na realização de vários tipos de actividades.

Exposições e conferências estão também previstas, no sentido de que sejam divulgadas e dadas a conhecer a história e a cultura de cada uma das freguesias que assinaram o documento, sendo ainda um objectivo a promoção do contacto e conhecimento entre as populações.

Esse conhecimento deu o primeiro passo pela mão do ex-presidente da Câmara Municipal de Penacova, Joaquim Leitão Couto, que enfatizou a riqueza histórica e cultural da freguesia, mas também deu início ao intercâmbio, ao oferecer um livro de sua autoria sobre a sua freguesia natal, Couto de Baixo, aos restantes autarcas.

A assinatura do protocolo decorreu no domingo à tarde, no âmbito da XV Feira de Artes e Cultura de Lorvão, e contou com representantes das freguesias signatárias, sendo unânimes os elogios à iniciativa do presidente da Junta de Freguesia de Lorvão.

Mauro Carpinteiro explicou às várias centenas de populares e participantes no certame, os objectivos que presidiram à assinatura do protocolo, frisando a história comum, com origem no Mosteiro de Lorvão, e a necessidade de haver maior troca de conhecimento entre freguesias irmãs.

E, se presidentes de freguesias mais próximas, como Souselas, Botão, Pampilhosa ou mesmo Montemor-o-Velho, conhecem bem Lorvão e o seu mosteiro, outros tiveram o baptismo no domingo, como é o caso dos autarcas viseenses de Couto de Baixo e Couto de Cima.

O segundo, Fernando Leitão de Almeida, referiu mesmo, à margem da cerimónia, que pensa frequentemente em «visitar as origens», de cada vez que passa pelo IP3, mas que nunca se tinha proporcionado.

No domingo, apreciou a beleza do Mosteiro e da vila, assim como a gastronomia local, com destaque para a chanfana e para os doces conventuais, concretamente as nevadas e os pastéis de Lorvão.

De resto, todos os autarcas mostram grande satisfação pelo protocolo, deixando a promessa de grande empenho e entusiasmo na sua concretização, intenções secundadas pelo presidente da autarquia de Penacova, Humberto Oliveira, que também se mostrou disposto a colaborar na concretização das iniciativas que vierem a ser desenvolvidas.

Três dias de cultura artesanato e gastronomia (caixa)

A XV Feira de Artes e Cultura de Lorvão teve o seu ponto alto no passado fim-de-semana, com a uma mostra de artes, cultura, gastronomia e associativismo, a que se somaram várias representações musicais e etnográficas.

Do Coral Polifónico Municipal de Tábua a uma serenata de fado de Coimbra, passando pelos ranchos, grupo de cavaquinhos e pela Filarmónica Boa Vontade Lorvanense, foram várias manifestações, sem esquecer as já habituais marchas populares.

Houve também um passeio de cicloturismo, sendo permanente a presença das barraquinhas das diversas associações da freguesia, com os seus produtos tradicionais e com o artesanato.| José Carlos Salgueiro