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Montaria - Caçadores marcam encontro em Friúmes

Setenta monteiros participam na iniciativa, organizada pela Reserva de Caça da Freguesia



É a nona edição de um evento que já tradição na freguesia de Friúmes, Penacova. Apenas em 2011, devido à devastação provocada pelos incêndios, a caçada não se efectuou. Falamos da montaria ao javali, que amanhã se realiza, numa organização da Reserva de Caça da Freguesia de Friúmes.

«Divulgar a região» é um dos objectivos fundamentais, explica Miguel Santos, vice-presidente da Reserva de Caça, que sublinha, também, a importância estratégica destes eventos para garantir o «controlo da espécie». Isto porque, explica, a população de javalis tem vindo a crescer de forma exponencial e representa um perigo para a agricultura. No Verão, adianta aquele responsável, «é o ataque aos milheirais » e, em Setembro, os javalis já começam a “atacar” as vinhas. Importante é, também, o factor «confraternização» e Miguel Santos refere, inclusivamente, o «intercâmbio» entre Reservas de Caça, que recentemente 15 monteiros de Friúmes a Cabanas de Viriato, a convite dos responsáveis locais, sendo agora a vez dos viseenses irem a Penacova.

A mancha está a ser cuidadosamente preparada no sentido de garantir que há animais. Por isso o local é o segredo mais bem guardado, de forma a evitar que os caçadores furtivos “façam das suas”. São 150 hectares onde os 70 caçadores vão testar a sua pontaria. No ano passado foram abatidos sete javalis e este ano espera-se resultado idêntico.

O programa começa às 8h30, na Quinta da Nora, em Miro, onde é servido o “taco”, uma manifestação do espírito de «bem receber» que a organização faz questão de evidenciar. Canja de galinha e arroz de fressura constituem o “prato forte” deste pequeno-almoço. Após a refeição, os caçadores partem para a mancha e dão início à montaria, que se prolonga até às 15h00, altura do regresso à Quinta da Nova, onde uma suculenta sopa à lavrador aguar da os monteiros, secundada por cozido à portuguesa.
Leilão dos animais e provável baptismo

Terminado o almoço, é tempo de proceder ao leilão dos javalis abatidos durante a montaria e há, também, sempre a possibilidade de se assistir a algum “baptismo”, ou seja, o tradicional ritual que assinala a iniciação de um caçador que teve a sorte de abater pela primeira vez um animal. Momento - que envolve padrinho e juiz – e contribui para fechar com “chave de ouro” qualquer caçada.
Jornalista Manuela Ventura



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