Pneumonia - Doença mata 16 pessoas por dia mas é evitável
Exposição premiada, patente no átrio do HUC-CHUC, alerta
para “cenário negro” e “chocante” em Portugal, mas também ensina a proteger-se
A pneumonia é uma «realidade chocante»
em Portugal e «pesada» para os hospitais portugueses. Basta olhar para os números
para confirmar o «cenário negro» traçado por Carlos Robalo Cordeiro, presidente
da Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP). Nos países desenvolvidos, ocorrem
5 a 11
casos de pneumonia por mil habitantes e em Portugal, por ano, há entre 50 a 100 mil casos, dos quais 25 a 50% com internamento.
«Morrem 16 pessoas, por dia, em
Portugal, por pneumonia» e a taxa de letalidade intra-hospitalar nos adultos
internados é, em Portugal, de 17,3%. E não se pense que afecta apenas os mais
velhos. Está provado que a pneumonia é responsável por óbitos em todos os
grupos etários, mesmo em doentes jovens previamente saudáveis. É para dar a
conhecer a «realidade negra», mas também para garantir que há como a prevenir,
que a SPP criou a exposição “Pneumonia ao RaioX”, que desde ontem e até ao final
do mês de Abril está patente no átrio dos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC-CHUC),
alertando a população para o que é, formas de contágio, os sintomas, os factores
de risco, assim como as formas de prevenção e de tratamento de uma doença que,
só entre 2000 e 2009, foi responsável por 3,7% do total dos internamentos de
adultos em Portugal, o que representa 294.027 camas ocupadas.
«O objectivo é sensibilizar e informar
as pessoas e garantir que a pneumonia é uma doença evitável», esclareceu Carlos
Robalo Cordeiro durante a inauguração da exposição, patente na Assembleia da República,
por ocasião do Dia Mundial da Pneumonia, e também no Hospital de Santa Maria,
sendo uma das sete mundiais distinguidas com o “Pfizer Vaccines Global Award”,
por ser considerado «dos melhores projectos nesta área».
«É preciso evitar ao máximo o contágio
por pessoas infectadas», afirmou, falando na necessidade de maiores cuidados por
parte dos doentes crónicos (diabetes, doenças respiratórias e cardíacas) e com
problemas associados ao tabagismo e ao consumo excessivo de álcool. Evitar o
contacto com pessoas contaminadas (o contágio é feito por meio de espirros,
tosse ou através de objectos contaminados) é uma das formas de evitar a doença,
mas a mais eficaz é a vacinação, recomendada por Carlos Robalo Cordeiro,
especialmente para cidadãos com mais de 65 anos.
Na exposição, em que todos os
suportes estão impressos em papel de radiografia e dispostos de acordo com
jogos de luz e sombras, estiveram Martins Nunes, presidente do CHUC, e Fontes
Baganha, da Fundação Portuguesa do Pulmão.
Vacina anti-pneumonia permitida a partir dos 50 anos em casos crónicos
A idade para se poder levar a
vacina contra a pneumonia desceu, há cerca de dois anos, dos 65 para os 50 anos
e o presidente da SPP aconselha todas as pessoas em risco a vacinarem-se, tendo
em conta a mortalidade associada a esta doença em doentes crónicos ou com
problemas tabágicos ou de alcoolismo. Há duas vacinas à venda. Apenas uma é
comparticipada e tem de ser renovada de cinco em cinco anos.
Por Ana Margalho – Jornalista DC
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