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INCÊNDIOS - Liga dos Bombeiros quer castigo mais severo para incendiários

Jaime Soares defendeu revisão do Código Penal para impedir que um autor de crime  de fogo posto “seja levado a juízo e depois vá para casa com apresentações periódicas


O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), Jaime Soares, apelou ontem à revisão do Código Penal no sentido de se proceder a uma maior criminalização para o crime de fogo posto.
Jaime Soares falava aos jornalistas minutos antes do funeral de Pedro Rodrigues, o bombeiro de 41 anos, que morreu na quinta-feira, quando combatia um incêndio na freguesia da Coutada, concelho da Covilhã.
O ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, também esteve presente no funeral, mas escusou-se a fazer quaisquer declarações.
«O Código Penal tem de ser analisado de forma que não permita que um incendiário seja levado a juízo e depois vá para casa com apresentações periódicas. Estas coisas não podem continuar assim», sustentou Jaime Soares.
O presidente da LBP defendeu igualmente que é «urgente» proceder ao ordenamento da floresta portuguesa, que considera estar «maltratada e abandonada», transformando-se por isso no «grande problema dos fogos em Portugal».
Este responsável também não poupou críticas ao Governo, sublinhando que o Estado é proprietário da «floresta mais maltratada do país». «Com este exemplo não se pode exigir aos outros que façam diferente», apontou o presidente da LBP.
Jaime Soares exigiu, por isso, que o «Ministério da Agricultura e Instituto Florestal» façam «aquilo que sabem fazer».
«Temos bons técnicos da floresta em Portugal, mas é crime que não façam o que tem que ser feito», salientou, referindo-se ao ordenamento da floresta.
A prevenção como arma de combate aos incêndios foi outra das necessidades apontadas por Jaime Soares, que considera que não se podem «entender os fogos florestais como uma fatalidade».
«Os bombeiros não chegam para tudo. Prevenção e combate têm de estar em linha de paralelo», referiu. O presidente da LBP recordou que anda «há 40 anos a pregar que os fogos se evitam não se combatem», mas, assumiu, «não tem adiantado». «Por tudo isto agora digo basta», concluiu.

O funeral do bombeiro da Covilhã foi acompanhado por uma multidão de populares e muitos bombeiros, representantes de todas as forças de segurança e personalidades da cidade e região.

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