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BOMBEIROS - 1 Penacovense 1 Sócio - Bombeiros de Penacova apelam à solidariedade

Campanha de angariação de sócios «1 Penacovense 1 Sócio»


Há dias, em conversa com o presidente da direcção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntário de Penacova, Paulo Manuel Dias, está neste momento a decorrer a campanha de angariação de sócios para a instituição, tendo como parceiro os CTT, intitulada «1 Penacovense 1 Sócio», referindo que este foi o momento escolhido para alertar os cidadãos da necessidade de assumir as suas responsabilidades enquanto contribuintes líquidos da manutenção dos serviços de apoio à protecção da vida dos seus concidadãos e da salvaguarda dos seus bens e haveres».

É neste contexto, continua o presidente, «que deixamos o apelo para que cada um de nós disponibilize 1 euro por mês do seu orçamento familiar», afirmando «que este valor, considerado isoladamente em nada resolve, mas multiplicado por um conjunto significativo de aderentes fará toda a diferença na actual conjuntura económica».

Percebendo-se da importância de serem sócios efectivos de pleno direito, e aproveitando a mais-valia das redes sociais, deixa ficar, de forma muito genérica, como são construídos os orçamentos anuais das Associações de Bombeiros, em particular o de Penacova.

«A natural divisão do Orçamento em despesa de investimento e despesa corrente é o ponto de partida para enquadramento e avaliação das necessidades de reposição de equipamentos devidamente ajustados às naturais alterações tecnológicas ou legislativas, que depois de quantificados são enquadrados nos apoios dos Quadros Comunitários, Orçamento de Estado, Orçamento Municipal, ou por transferência de receita própria decorrente de um conjunto de actividades fomentadas pelo Corpo de Bombeiros, nomeadamente: transportes de doen­tes não urgentes, donativos, quotização dos sócios, entre outras. 

A constante degradação da economia Mundial a que Portugal não ficou alheio conjugada com alterações regulamentares ao nível da contracção dos serviços de transporte, levadas a efeito pelo Ministério da Saúde provocou uma drástica diminuição das receitas próprias das Associações de Bombeiros, receitas estas que tinham um peso de cerca de 80% do total do Orçamento Corrente. Certo é que nada ficou por fazer, ninguém ficou sem ser socorrido, mas também certo é, que após um conjunto de reajustamentos orçamentais, foram desalocadas importantes verbas que poderiam ser utilizadas em áreas fundamentais que proporcionassem uma melhoria da qualidade da prestação do socorro».

Assim e na perspectiva de Paulo Dias, «torna-se evidente a importância da criação de mecanismos auxiliares de angariação de receitas sendo por demais importante para a manutenção dos níveis de prontidão e eficiência conseguidos até hoje, de outra forma caminhamos a passos largos para a degradação e desadequação dos meios ao dispor dos nossos Bombeiros pondo em causa o socorro e o socorrista».

Dizendo estar atentos a esta evolução, é missão prioritária da Direcção, Comando e Corpo Activo, fazer tudo o que estiver ao seu alcance para reunir e garantir os meios financeiros necessários para que «possamos não só manter como aumentar os níveis de confiança que os cidadãos depositam nos BOMBEIROS DE PENACOVA».
Entretanto agradecemos a todos os que de alguma forma têm ajudado, mas reiteramos os cuidados que todos devemos colocar no modo como o fazemos para não nos deixarmos, de forma nenhuma, ludibriar.


Emigrantes de Newark sempre atentos

Sempre atentos ao que se passa por cá, um grupo de cidadãos radi­cados nos Estados Unidos, liderado pelo Bruno Costa, de Agrelo, resolveu levar a cabo uma iniciativa de ajuda à Associação. Pedindo um breve resumo histórico e dos serviços prestados, torna-se público a nota que a direcção da Associação lhe enviou, com o título: «Vida por Vida desde 1930»
Conscientes da necessidade de se auto proteger, um grupo de penacovenses deci­diu fundar a Associação dos Bombeiros Voluntários de Penacova. Estávamos no ano de 1930, e foi exactamente no dia 24 de Fevereiro que foi celebrada a escritura pública da constituição da Associação e assinada pelos Sócios Fundadores cujos nomes se recordam e que a lápide colocada na entrada principal do actual quartel não deixa esquecer:

António Esteves Amaral Viseu, Gualter Pereira Viseu, Alípio Carvalho, Alípio da Costa Miguel, Álvaro Alberto Santos, Álvaro Martins Coimbra, António Casimiro Guedes Pessoa, António da Costa, António Joaquim Pinto, Augusto Luís, Evaristo Joaquim Pinto, Joaquim Correia Almeida Leitão, Joaquim Luís, José Alberto de Almeida, José Augusto Pimentel. Estes foram os fundadores, já lá vão 83 anos.

Onde quer que estejam podem sentir-se orgulhosos pela dimensão da instituição que fundaram. Hoje o corpo de Bombeiros conta com 120 elementos, Bombeiros Voluntários, que dedicam os seus tempos livres à formação e ao socorro nas diversas valências, que entendem necessárias para a segurança e qualidade de vida dos penacovenses.
Para além do combate aos incêndios florestais, urbanos e industriais, os Bombeiros efectuam os transportes de doentes para muitas consultas de quimioterapia, radioterapia, fisioterapia e hemodiálises, têm a responsabilidade de todas as emergências pré-hospitalares na área da saúde em todo o concelho de Penacova, os acidentes rodoviários, os incidentes nos rios e albufeiras das barragens e todos os incidentes que decorrem das mais diversas situações pro­vocadas pelo homem ou pela natureza.
A título de exemplo pode referir-se que este ano, até 31 de Agosto, houve 105 incêndios florestais. No período mais crítico de 6 a 26 de Agosto, isto é, em 20 dias, registaram-se 46 incêndios.

Também desde 1 de Janeiro a 31 de Agosto, houve que prestar assistência a 41 acidentes rodoviários, todos com o registo de feridos e assistiu-se e transportaram-se, em situação de urgência, 1.035 doentes.
Para consultas de diversas especialidades já se transportaram, este ano, cerca de 6.000 pessoas e, decorrentes de acidentes provocados pela natureza, principalmente as chuvas do início do ano, registaram-se 101 ocorrências.
É uma tarefa colossal, de uma grandeza incomensurável prestado aos cidadãos do concelho de Penacova e a tantos outros que percorrem as estradas do nosso município.
Só mesmo quem sente, quem precisa e quem vive o dia-a-dia duma casa com este volume de trabalho, mas também com esta dimensão humanista, consegue entender o seu real valor.
Não se pode esquecer que a Fanfarra, os jovens que se dedicam com força, de alma e coração a abrilhantar as formaturas, os eventos, também leva longe, pela via do lazer e da cultura, o nome de Penacova e dos seus Bombeiros.

Paulo Dias afirma que «se torna incontornável não comentar publicamente as inúmeras iniciativas levadas a efeito por um conjunto de cidadãos que se organizaram para a recolha de fundos em favor dos Bombeiros de Penacova» e por isso se manifesta, em nome da instituição que representa, um agradecimento e um reconhecimento especial pela ajuda finan­ceira prestada, «por forma a que, rapidamente, possamos repor a capacidade operacional largamente afectada com a perca destas duas viaturas de 1.ª intervenção».

Alerta ainda para que todas as iniciativas levadas a efeito por todos estes grupos organizados dêem conhecimento prévio ao Comando ou à Direcção para que exista a garantia de que o esforço financeiro da população seja de facto aplicado no fim a que se destina.
E lembra que poderão efectuar o donativo para a conta CGD «CHAMA DA SOLIDARIEDADE», N.º 003505940002358153075.

Fanfarra orgulho dos Bombeiros e dos penacovenses

A Associação, depois de atingir os 80 anos de vida, viu em 58 anos da data da fundação, criada a sua Fanfarra, que passados 25 anos tem elevado o nome dos Bombeiros de Penacova, ilustrando também, e sobremaneira, a forma de estar quando actua fora de portas. A sua elegância e aprumo fazem com que deixe vinca­da a sua personalidade, ten­do em conta a jovialidade que nas suas fileiras se vai desenvolvendo.

O exemplo de uma família



É com exemplos como esta família que os «Soldados da Paz» vão singrando em todo o país. Ninguém, como nós, tem o dom do Associativismo ou do Voluntariado como os portugueses. Apesar de terem decorrido muitos anos após a criação dos primeiros corpos de voluntários, nos Bombeiros esse carisma mantém-se, embora os tempos e as situações tenham mudado.
Na região da Beira Serra esses exemplos são frequentes. Há corporações nas quais se incorporam famílias – pais, filhos, netos, tios e primos – a darem o seu trabalho, a sua dedicação.
Esta família de Penacova é esse exemplo. Se o José Miguel Alvarinhas, sargento do Exército, tendo vivido e participado em missões, por imposição, em terras da Guiné e Moçambique, aquando das guerras ultramarinas, regressou e criou a Fanfarra dos Bombeiros de Penacova. Desde que começou a ser seu responsável, tem-lhe incutido força, sabedoria e muito afinco entre a juventude, mesclada pelo meio com alguns já de idade mais avançada. Hoje, a Fanfarra, repito, é uma referência de Penacova e dos seus Bombeiros.


O Zé Miguel Alvarinhas conseguiu levar para as suas fileiras os dois netos – Luís André, de 7 anos, que ingressou em Julho passado; o Jorge Fernando, de 14 anos, que ingressou há 10 anos - e o genro – Alberto Jorge Pereira, de 43 anos, que faz parte da Fanfarra desde a sua fundação. Com a sua paciência e saber, apesar dos seus 73 anos de idade, continua a ser o patrão da área musical dos Voluntários de Penacova. Embora os anos já comecem a reflectir-se na sua estrutura corporal, mesmo assim, o maestro «fanfarrista» mantem as suas lições de toque e de aprumo, e com a sua forte presença e perseverança vai fazendo com que continue a ser um Grande dos Bombeiros de Penacova, como já tinha sido seu cunhado, o saudoso José Joaquim Pimentel.

Jornalista: José Travassos de Vasconcelos

Texto e fotos originalmente publicados na edição impressa do jornal "A Comarca de Arganil" de 10.10.2013

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