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EN110 - Meia centena de manifestantes exigiu reabertura

Estradas de Portugal pretende lançar projecto para sustentação do talude, o que exige concurso público. Objectivo da autarquia passa por reabrir, pelo menos, uma faixa de rodagem




Entre 50 e 60 pessoas, quase todas residentes na localidade de Foz do Caneiro, no concelho de Penacova, participaram, ontem, numa manifestação pela reabertura da Estrada Nacional (EN) 110, encerrada à circulação rodoviária desde o deslizamento de terras e de pedras ocorrido no dia 16 de
Janeiro.

À hora marcada (15h00) os populares reuniram-se no Caneiro e seguiram a pé até ao local da derrocada. Entre todos, é unânime que, desde que a estrada está cortada, têm perdido mais tempo e também mais dinheiro para chegar ao destino.

«Eu gastava 25 euros e estou a gastar 45, de segunda a sexta- -feira», sublinha Jorge Neves, o promotor da iniciativa, que alterou muitas das rotinas diárias para chegar a Coimbra a horas. «Tenho de me levantar às 6h00 da manhã» e seguirpelas vias alternativas, que, em alguns pontos, deixam a desejar em termos de segurança, alertou.

Jorge Neves não entende por que razão a Estradas de Portugal não avança com a intervenção que permita a utilização da EN 110. Para o promotor da manifestação, «não é só um problema de segurança» que está a causar este impasse. Na sua perspectiva, o acidente de trabalho que feriu um operário no dia da derrocada poderá ter alguma relação com o atraso na intervenção na  encosta.

Presente na iniciativa, a vereadora da Câmara Municipal de Penacova, Fernanda Veiga, sabe apenas das indicações que o presidente Humberto Oliveira tem apurado «informalmente junto das Estradas de Portugal. A reabertura da estrada chegou a estar prevista para sexta-feira, no entanto,
quinta-feira, o presidente do município recebeu a informação de que a Estradas de Portugal pretende avançar com a sustentação do talude, mas, para tal, necessita de promover um concurso público, o que até à adjudicação da obra pode demorar algum tempo.

De acordo com Fernanda Veiga, urge «abrir, pelo menos, uma faixa de rodagem» da Estrada Nacional 110, garantindo a segurança dos utilizadores. É que, realçou a autarca, «há pessoas que fazem 60/70 quilómetros a mais por dia».

Desde o dia 16 de Janeiro, que os moradores de Caneiro, Rebordosa e Chelo - as povoações mais afectadas – têm como alternativa nas deslocações para Coimbra o IP3, a EN17 ou subir a serra de Lorvão e entrar na cidade pelo Tovim. Seja como for, todos se queixam dos transtornos, quer os que viajam de transportes públicos - que chegam a demorar mais de uma hora para chegar ao destino - quer de viatura própria.

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