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PLATAFORMA MONDEGO VIVO manifesta contentamento com abandono do projeto da mini-hidrica


A Plataforma Mondego Vivo, que nos últimos anos contestou a construção de uma mini-hídrica junto a Penacova, congratulou-se ontem com o abandono definitivo do projeto por parte do Estado.

“É uma grande vitória. Todos ganhámos com esta decisão”, disse à agência Lusa Paulo Silva, da Plataforma Mondego Vivo, recordando que este movimento cívico lutava há mais de três anos contra a implantação da barragem no rio Mondego, a montante de Coimbra, abrangendo território dos concelho de Penacova e Vila Nova de Poiares.

Ontem, a Plataforma anunciou a realização de uma conferência de imprensa, na sede do Grupo Desportivo do Caneiro, na quinta-feira, às 18H00, para divulgar a Declaração de Impacte Ambiental (DIA) do Estudo de Impacte Ambiental da Mini-hídrica do rio Mondego, que determina o abandono definitivo do projeto.

Em 2010, durante o último Governo de José Sócrates, a Hidroenergia de Penacova e Poiares (HEPP) obteve o direito de construir esta mini-hídrica, o que foi desde então contestado pela Plataforma, que integra cidadãos, empresas, associações e autarquias, incluindo os municípios de Coimbra, Penacova e Poiares.

O Estado, segundo Paulo Silva, terá agora de restituir os três milhões de euros que aquela empresa do grupo Mota Engil pagou na altura para poder avançar com o empreendimento, junto à povoação da Foz do Caneiro.

A licença para construir a mini-hídrica foi concedida ao promotor “sem sequer auscultar as entidades locais”, o que “fez unir as pessoas em torno desta causa”, recordou o ambientalista, dono de uma empresa na área do turismo de natureza e desportos radicais, que intervém no Mondego, entre Coimbra e Penacova.

“Não havia nenhuma entidade da região a favor do projeto”, disse, frisando que “não teria sido possível inviabilizar” a sua construção se não tivesse existido essa “união de esforços” protagonizada pela Plataforma.

Em comunicado, o movimento realça que “o encerramento definitivo do processo da mini-hídrica” constitui “um momento histórico para a região”.

Em finais de 2010, o Bloco de Esquerda, por iniciativa do então líder do seu Grupo Parlamentar, José Manuel Pureza, enviou ao Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território uma pergunta sobre o assunto.

“Uma vez que o interesse da população e da conservação do ambiente estão postos claramente em causa, pretende o ministério proceder ao cancelamento deste concurso público?”, questionava o BE.

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