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OPINIÃO - E porque hoje é Dia dos Avós…

Começo esta minha abordagem, referindo que a velhice deve ser entendida como o estádio do ciclo de vida que sucede à Infância, adolescência, Juventude, Idade Adulta e Idade Madura. Mais concretamente, a velhice deverá ser uma etapa de vida tão sã como as outras em que a pessoa de idade avançada deve procurar adaptar-se às novas situações e aproveitar todas as oportunidades para viver plenamente a sua vida.

Sabe-se que a integração do mais velho na família teve sempre as suas dificuldades, quer na sociedade tradicional, quer na sociedade contemporânea.

No que concerne à sociedade tradicional, Luisa Pimentel (1998, 103), afirma que “ As relações entre a geração idosa e a geração adulta baseavam-se num pacto social, em que a transmissão de património criava um dever de assistência dos filhos em relação aos pais idosos”.

Também no que se refere à Sociedade Contemporânea, Luisa Pimentel (1998) considera que as formas de solidariedade e as trocas entre gerações continuam a existir, reforçando o papel da família como suporte dos seus membros.

É nesta perspetiva que o idoso, inserido na sua família tem condições de progredir até atingir níveis de perfeição, de acordo com os anos que vai vivendo e tirando proveito da sua situação de reformado.
Com a reforma, segundo Ana Alexandre Fernandes (1997, 164), “ Os lazeres e os tempos de disponibilidade desenvolvem-se e diversificam-se”.

E para os mais velhos ocupar o tempo de reforma, de forma ativa e participada pode e é muitas das vezes na missão de avós, garantindo a ligação entre o passado, presente e futuro.

De facto, os idosos têm um papel importante no sistema de trocas das interdependências geracionais, na medida em que para além dos saberes e experiências acumuladas ao longo da vida, possuem também nesta etapa, disponibilidade que lhes permite dar apoio, suporte e incentivo à vida das gerações mais jovens, sobretudo aos seus netos.

Na realidade, os idosos que ocupam os seus tempos livres a tomarem conta dos seus netos, não têm uma missão fácil. Isto porque correm o risco de serem incompreendidos, quer pelos seus filhos, quer pelos seus netos.

No entanto, os avós têm por tarefa procurar que a paz e harmonia estejam presentes na vida da família e neste sentido, tentam ouvir os pontos de vista de cada uma das partes, tentando chegar ao consenso de opiniões.

Os avós estão numa posição privilegiada para aconselhar, porque a sua opinião é individual e neutra.
É importante dizer que os pais não devem ser desautorizados pelos avós, na medida em que eles são os únicos responsáveis diretos pelos seus filhos.

É neste “mar” de relações que podemos dizer que a relação entre avós e netos é sempre única e especial, revelando forte solidariedade entre as gerações.

Realça-se o papel dos avós que se sentem úteis numa segunda fase da vida, representando para os seus netos, a segurança e a identidade. E o seu papel é ainda mais importante quando são eles que cuidam dos seus netos e por consequência são os seus educadores.

Nesta situação, os avós são um quadro de referência para os seus netos, marcando assim, os seus percursos de vida.

Hoje, mais do que nunca, a importância dos avós é significativa na salvaguarda da família que enfrenta situações penosas face à perigosidade do ambiente que não perdoa e que pode transformar os seus elementos em farrapos humanos.

Quero aqui reforçar o papel primordial das relações intergeracionais, em que os mais velhos são mais do que nunca preciosos e indispensáveis à família e à sociedade, auxiliando os filhos e os netos com a sua ciência e experiência, mas também eles têm necessidade, por sua vez, de serem apoiados nas dificuldades que se lhes possam deparar, por causa da saúde e solidão.

Neste DIA DOS AVÓS, desejo que os laços afetivos entre pais, avós e netos continuem fortes no futuro, não esquecendo nunca o que alguém disse: “Quando o tempo foge para se estar com os filhos….é preciso agarrá-lo! Quando o tempo sobra para estar com os netos….é preciso saboreá-lo!”.

Rosário Pimentel, assistente social