ACESSIBILIDADES - Autoestrada Coimbra - Viseu pode estar em obra em 2017
A ligação Coimbra-Viseu, por
auto-estrada, pode entrar em fase de obra em meados de 2017, caso a solução apresentada no passado dia 07 de agosto pela empresa Infraestruturas de Portugal (IP) seja
consensual. Esta foi a convicção deixada por António Ramalho, presidente do
conselho de administração da IP, que aproveitou a presença do primeiro-ministro
junto à nova ponte do IP3 sobre a foz do rio Dão, entre Mortágua e Santa Comba
Dão, para revelar o estudo sobre uma nova ligação entre as duas capitais de
distrito.
O projecto, que entrará agora
numa fase de discussão pública, divide-se em quatro «etapas» e prevê o
aproveitamento de alguns itinerários já existentes, o que desde logo baixa o
custo da obra. Obra essa, refira-se, que será inteiramente suportada por
privados que, como salientaria pouco depois Passos Coelho, «já demonstraram
interesse» em fazer essa ligação.
Outro ponto não menos importante
que ressalta deste projecto, sobretudo para os autarcas servidos pelo IP3, é
que este itinenário manter-se-á sem portagens.
A necessidade de construção da
auto-estrada, justificou António Ramalho, está sustentada em indicadores de
viabilidade económico-financeiros mas, e sobretudo, nos números da
sinistralidade rodoviária.
«[O IP3] é um importante eixo de
ligação entre quatro auto-estradas, com uma média de 18 mil veículos/dia, em
que 15% são pesados», diria, enfatizando que tal sobrecarga trouxe
«consequências» e uma dificuldade acrescida na «qualidade da concessão». A par
disso, o índice de sinistralidade nos 72 quilómetros do troço é elevado, tendo
sido registados 85 mortos nos últimos cinco anos.
Todos estes dados levaram a IP a
estudar uma «solução racional e que aproveita activos importantes»,
nomeadamente itinerários já existentes. António Ramalho “dividiu”a nova
auto-estrada em etapas. Uma primeira, com novo troço, entre Ceira (Coimbra) -
aproveitando a A13 -, e a zona Aguieira; uma segunda, com duplicação de vias do
actual IP3 entre a Aguieira e Santa Comba Dão; e uma terceira que aproveita o
IC12 – que passaria a ser portajado -, de Santa Comba Dão até à ligação à A25,
em Mangualde.
Autarcas de Coimbra e Viseu satisfeitos
Presentes na apresentação desta nova ligação, os presidentes das câmaras
de Viseu e Coimbra, Almeida Henriques e Manuel Machado, respectivamente, foram
taxativos: «Faça-se» a obra, sublinharam. O autarca conimbricense não dá grande
importância aos detalhes do traçado, afirmando que o importante é ter «uma
proposta exequível». Já Almeida Henriques destacou o facto do IP3 se manter sem portagens.