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APOIO À VÍTIMA - Queixas de violência doméstica aumentam no distrito de Coimbra


O Gabinete de Apoio à Vítima (GAV) de Coimbra assinalou, em 2015, 1193 casos de violência doméstica. Mais 198 do que em 2104, ano em que se registaram 995 ocorrências deste tipo.

Os dados constam do Relatório do Gabinete de Apoio à Vítima de Coimbra relativo ao ano passado e destaca dois concelhos do distrito onde se concentra o maior número de utentes que recorreram ao gabinete, denunciando terem sido vítimas de vários tipos de crime: Coimbra apresenta 28,8% dos casos (159) e Cantanhede 4,7% (26).

Numa caracterização da vítima-tipo, são as mulheres – 85,7 por cento – os principais alvos das agressões físicas e psicológicas.

Os dados estatísticos permitem ainda aferir que a maioria das agressões é cometida por pessoas com quem a vítima mantém relações de intimidade (como sejam os companheiros, ex-companheiros, cônjuges, ex-cônjuges, namorados e ex-namorado). No seu total, em 2015 representaram 64,2% das situações.

Importa ainda referir as relações de consanguinidade (avôs, filhos, netos, pais/ mães, irmãos e outros familiares), que perfizeram um total de 19,5% dos casos.

O documento aponta, aliás, que há cada vez mais denúncias de agressões praticadas por pessoas com outros graus de parentesco, como filhos (43 casos registados pelo GAV Coimbra em 2015) ou mesmo pais (também 43 casos assinalados).

O trabalho multidisciplinar elaborado entre a APAV e outras instituições propicia a referenciação e ou encaminhamento de utentes para outras instituições. Destas parcerias, é de realçar os encaminhamentos efetuados pelo Gabinete de Apoio à Vítima de Braga, sobretudo, para a Segurança Social (20,9%) e para as forças de segurança (30,2%).

Num primeiro contato com o GAV de Braga, foi o contato telefónico que se destacou em mais de 50% das situações. É geralmente o próprio utente que estabelece um contato (58,7%). No entanto, o contato efetuado por familiares também se revelou significativo (17,9%). No total dos encaminhamentos realizados para o GAV de Coimbra, foram os amigos (9,5%) e os familiares (3,9%) que efetuaram a maioria dos encaminhamentos.

Patrícia Cruz Almeida – Diário As Beiras