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BEIRA AGUIEIRA - Há luz ao fundo do túnel para alunos desalojados, depois de reuniam com entidades Guineenses




O encarregado da Embaixada da Guiné-Bissau, um inspector da Educação daquele país africano, responsáveis do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), a delegada da Direcção Geral dos Estabelecimentos Escolares (DGEstE), Câmara de Penacova e Escola Beira Aguieira (EBA) reuniram ontem. Sobre a mesa esteve a situação dos alunos da Guiné- Bissau que, ao abrigo de um acordo de cooperação entre a EBA e o Governo guineense, se encontram a estudar na escola profissional, e o problema de alojamento entretanto diagnosticado.

«Temos expectativas que em breve tudo esteja resolvido», afirmou João Azadinho, vice-presidente da autarquia e responsável pelo pelouro da Educação. A comitiva, explicou, foi visitar os alojamentos disponibilizados pela escola, nomeadamente no Mosteiro de Lorvão, e em várias residências, em Penacova, actualmente em obras, que deverão estar concluídas dentro de uma semana.

O problema com o grupo de 46 estudantes da Guiné-Bissau foi despoletado nos finais de Setembro, quando 18 estudantes se recusaram a continuar alojados no Lorvão, alegando falta de condições, sobretudo em termos higieno-sanitários. Uma situação que levou os alunos a passarem duas noites ao relento, recusando a alternativa disponibilizada pela autarquia. Posteriormente, o grupo maioritariamente constituído por raparigas, foi alojado numa pensão, em Penacova, «onde ainda se mantém», segundo João Azadinho.

No espaço do Lorvão foram, entretanto, efectuadas novas obras, igualmente ontem “inspecionadas” pela comitiva. Espaço onde, de resto, continuam alojados os restantes 28 estudantes, «que diariamente se deslocam para Penacova, onde frequentam as aulas». João Azadinho mostra algum “alívio” com a reunião realizada ontem, pois, à partida, tudo se encaminha para a resolução da situação, muito embora, ressalve, «são os representantes do Governo da Guiné que têm de dizer se o alojamento disponibilizado pela escola serve ou não serve». O vice-presidente da autarquia sublinha que este encontro com os responsáveis da Guiné-Bissau foi solicitado de imediato, após os “incidentes”, quer pela EBA, quer pela autarquia. João Azadinho regista a intervenção da delegada da DGEstE, Cristina Oliveira, bem como do secretário de Estado da Educação, que alertaram o Ministério dos Negócios Estrangeiros, no sentido de agilizarem procedimentos para este encontro, em seu entender fundamental. «Há oito menores» entre o grupo de estudantes, alerta, salientando que um intitulado «tutor» destas crianças «está desaparecido desde essa altura».

Ebalo Fernandes, coordenador da Embaixada da Guiné- Bissau, reuniu ontem, ao final do dia, com os alunos guineenses. Uma reunião que poderá revelar-se decisiva para o desfecho da situação. João Fonseca, gerente da EBA confirmou isso mesmo, reservando para hoje qualquer possível esclarecimento da escola.

Manuela Ventura – Diário de Coimbra