ROBÓTICA - Investigadores da UC participam em consórcio europeu que está a desenvolver nova geração de robôs para a indústria
A partir do próximo mês de fevereiro, as empresas Thales Alenia Space, indústria
aeroespacial de produção de satélites, e Renault,
do setor automóvel, vão testar um
protótipo do ColRobot, um robô de última geração que está a ser
desenvolvido por um consórcio europeu do qual faz parte uma equipa de
investigadores do Departamento de Engenharia Mecânica da Faculdade de Ciências
e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC).
Com um orçamento global de mais de quatro milhões de euros (4.338.412€), financiados pela União
Europeia através do Programa Horizon 2020, o consórcio é liderado pela École Nationale Supérieure d’Arts et Métiers
– ENSAM ParisTech, em França, e reúne 11 parceiros de universidades,
centros tecnológicos e empresas.
A equipa da Universidade de Coimbra (UC), liderada por Pedro Neto, é responsável pela interação homem-robô, promovendo a colaboração e partilha de tarefas entre humanos e robôs.
O investigador explica que o grande objetivo do ColRobot (Collaborative Robotics for Assembly and Kitting in Smart
Manufacturing) passa pelo «desenvolvimento
de robôs colaborativos que possam trabalhar lado-a-lado com os humanos. Pretende-se
que os humanos possam interagir com estes robôs colaborativos da mesma maneira
como interagem uns com os outros, de uma forma intuitiva, por exemplo usando
gestos. Assim, exploramos o melhor dos humanos e das máquinas, ou seja, as
capacidades cognitivas e de coordenação dos humanos, e a capacidade das
máquinas de produzir trabalho monótono e preciso».
Atualmente, sublinha Pedro Neto, «os robôs existentes nas nossas indústrias trabalham dentro de jaulas,
sem interagirem com os humanos». Por isso, nota, «o ColRobot significa uma
mudança de paradigma, em que os robôs colaboram com os seres humanos, tirando o
melhor de cada parceiro».
«Prevê-se que os
robôs colaborativos tragam vantagens competitivas muito importantes para a
indústria Europeia, podendo ser operados por humanos sem conhecimentos
técnicos, realizar tarefas ergonomicamente inconvenientes para os humanos,
aumentar a flexibilidade produtiva e reduzir custos de produção», conclui o
também docente do Departamento de Engenharia Mecânica da UC.
Cristina Pinto - Universidade de Coimbra