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ACESSIBILIDADES - “Alternativa Sul” do futuro traçado Coimbra-Viseu promove coesão territorial



O futuro traçado da Auto-Estrada (AE) Coimbra-Viseu deverá ter ligação a Sul do rio Mondego, mais concretamente entre o nó da A13 em Ceira e o Rojão Grande (Santa Comba Dão). Esta é a posição defendida pelos autarcas de Arganil, Góis, Lousã, Miranda do Corvo, Oliveira do Hospital, Pampilhosa da Serra, Penela e Vila Nova de Poiares, e por várias associações empresariais, - ontem apresentada em conferência de imprensa - e tomada após um estudo comparativo entre as duas alternativas apresentadas pela tutela para o troço viário em questão, uma a Norte e outra a Sul do rio Mondego.

A assinatura do documento conjunto pretende demonstrar, de forma sustentada, a perspectiva dos respectivos municípios relativamente às opções futuras no que diz respeito a propostas de investimentos em vias estruturantes, fundamentais para a melhoria das acessibilidades a este território, proporcionando condições mais favoráveis a um desenvolvimento económico sustentado, bem como à coesão territorial de toda a região.

O “alternativa Sul” do futuro traçado, como alternativa ao IP3, «é uma solução que dá resposta às necessidades do território», adiantou João Miguel Henriques, promotor da iniciativa. O presidente da Câmara de Poiares explicou ainda que a posição dos autarcas baseia-se «na redução efectiva em distância e tempo de deslocação a quem se dirige do interior para Lisboa, potenciando o enorme investimento feito na A13, na melhor conectividade com o IC6 e na resposta que a opção Sul dará às populações deste território que não dispõem, neste momento, de acessibilidades dignas».

A solução defendida pelos oito autarcas, além de «criar uma alternativa à EN17, que se revela um «garrote que restringe a possibilidade de crescimento sustentado dos concelhos», possui ainda, segundo o edil, «benefícios ambientais», dado que pressupõe em termos de ordenamento de território «um afastamento de povoações», não identificando «nenhuma implicação negativa ou condicionante em termos de ordenamento local e ambiental». O mesmo «não sucedendo com a “alternativa Norte», vincou.

Os autarcas dos oito municípios intervieram marcando a sua posição, focando, essencialmente, «a coesão territorial de toda a região» com esta solução. Todavia, Luís Matias foi um pouco mais longe e referiu-se ao tema como «uma velha discussão dos territórios de baixa densidade», cuja decisão «é meramente política».

«Os estudos apenas servem para entreter os políticos locais, por isso, é necessário uma posição clara sobre esta matéria da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro e da Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra». Caso contrário, diz, «não vai existir qualquer traçado».

Ricardo Busano - Diário de Coimbra