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OPINIÃO - Penacova e a Lampreia; a Lampreia e Penacova

Esta semana vamos estar – quase todos nós, aqui, em Penacova – dedicados de alma e coração à Lampreia.

A Lampreia – que, afinal, é peixe, que não ciclóstomo – constitui uma espécie jurássica e, nessa justa medida, muito provavelmente, tem que ser entendida como a espécie que há mais tempo chega – e permanece - ao nosso Concelho.

Durante muito tempo, demasiado tempo, a nossa terra não deu grande significância a este ser que, apesar de tudo isso, se transformou em “produto endógeno”.

Convenhamos que o produto endógeno é aquele que é passível de contribuir, significativamente, para o desenvolvimento de um determinado território.

E, então, aqui chegados, não é difícil perceber que a Lampreia, no nosso caso, território pobre, muitas vezes abandonado ao seu destino de interioridade absoluta, detém uma importância imensa quando analisada do ponto de vista do seu contributo para a valorização económica!

Aliás, sejamos inteligentes, se assim não fosse, então, não estaríamos a assistir a tantos eventos extremamente agressivos em termos de marketing e de dotação de dinheiros, como estamos, efectivamente por esse País fora, sobre a temática.

A primeira conclusão é, pois, a de que tanto o desenvolvimento como o crescimento da “comunidade humana” que nós, Penacovenses, constituímos estão – e estarão – ligados à Lampreia, uma vez que os hábitos ancestrais determinam essa concreta condição e existe muito interesse objectivo nessa continuidade.

A Lampreia dá muito a Penacova!

Interessa, todavia, estarmos atentos àquela outra vertente do problema, que é como quem diz, saber como valorar o “produto”, dedicando-lhe tempo, entusiasmo, perpetuação e fonte de atractividade regional.

Vejamos:

  1. Se a Lampreia é importante para Penacova, Penacova tem que ser importante para a Lampreia;
  2. Se existem interesses económicos objectivos – e grandiosos – na utilização deste produto endógeno, o mesmo tem que cá chegar, naturalizar-se como ser penacovense e ser respeitado enquanto tal;
  3. Os “ganhos” do consumo tout court têm que ser, também, direcionados para a vertente da cultura ligada à espécie, uma vez que não podem ser só os esforços dos contribuintes a alimentar só alguns interesses privados;
  4. Todos temos que estar unidos e falando alto, a uma só voz, quando se trata de defender as “agressões” à Lampreia, que têm sido – e continuam ser – imensas.

E, destas premissas simples, fácil é, pois, concluir que Penacova tem, obrigatoriamente, no curto/médio prazo, que desenvolver o seu território dando à Lampreia um estatuto cultural de relevo, que se imponha pela sua realidade intrínseca e que traga/determine um turismo potencial, mas não só relacionado com o consumo.

Estou, naturalmente, a falar da criação da vertente Museológica da Lampreia, enquanto experiência de ciência viva, que há muitos anos tracei como objectivo de desenvolvimento da minha terra, Penacova, pelo qual continuarei a lutar.

Ou seja:

Penacova está obrigada, também, a dar algo à perpetuação da Lampreia!


Luís Pais Amante


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