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RECONHECIMENTO - Curta-metragem sobre o Bazófias vai ser exibida no Fórum Mundial da Água


A curta-metragem O Bazófias da autoria de Paulo Lencastre Leitão, jornalista da CentroTV, foi escolhida para integrar a Mostra de curtas-metragens sobre a temática da Água, no 8º Fórum Mundial da Água, que vai decorrer em Brasília (Brasil) de 18 a 24 de março deste ano.

O filme mostra “as consequências das cheias no rio Mondego, com impacto mais significativo na cidade de Coimbra, e todo o processo que levou ao projeto de desassoreamento, que está atualmente em curso”, adianta Paulo Leitão.
Existe depois o “contraponto com a seca que no espaço de um ano levou o Mondego a ficar praticamente sem água, principalmente a montante da Barragem da Aguieira, e os fogos de outubro que nem o maior rio nascido em Portugal consegui travar”, salienta ao autor.

A curta-metragem tem imagem de Sandro Garcia e Tiago Cerveira, e edição de Sandro Garcia.

Esta Mostra decorre da parceria estabelecida entre o município de Seia, através do festival CineEco, e o projeto “Rumo a Brasília”, de que é Comissário Nacional, Jaime Melo Batista do LNEC.

O Pavilhão de Portugal, com mais de 200 m2, terá uma pequena sala para pequenas palestras e projeções diárias de curtas CineEco, cujo programa está em elaboração.

Nos dias do Fórum serão exibidas 17 Curtas Internacionais, que já estiveram em competição na edição de 2017 do festival de Seia. e 15 curtas portuguesas, de até 5 minutos, estas últimas resultantes da abertura de inscrições para o efeito.
Ao todo inscreveram-se perto de três dezenas de curtas portuguesas, tendo a organização selecionado 15.

O Fórum Mundial da Água, organizado a cada três anos, desde 1997, pelo Conselho Mundial da Água e pelo país anfitrião (este ano o Brasil), tornou-se um acontecimento incontornável da agenda internacional, assumindo-se como o maior evento dedicado à água a nível global. Acolhe cerca de 30 000 pessoas durante uma semana.

Rios de Portugal


Já em 1985, numa série documental da RTP denominada Rios de Portugal, dedicada aos mais importantes cursos de água de Portugal Continental, o Rio Mondego surge em destaque, por ser o maior de todos os rios que têm o seu curso inteiramente em Portugal.

O Rio Mondego, que nasce na Serra da Estrela e tem a sua foz no Oceano Atlântico, junto à cidade da Figueira da Foz, e o rio que banha a cidade de Coimbra, sendo o mais cantado na poesia e cancioneiro português.

Mondego - Da nascente até à foz


Mais recentemente, em 2014, Daniel Pinheiro, um jovem natural de Coimbra, estudante de mestrado em Inglaterra, realizou um documentário sobre a vida selvagem do rio Mondego, desde a nascente na Serra da Estrela, até à foz, no âmbito do trabalho final do mestrado em produção de documentário em vida selvagem, da Universidade de Salford, no Reino Unido, onde foi classificado com distinção.

O filme, narrado por Eduardo Rêgo, foi realizado na primavera passada e para captar alguns dos animais – como por exemplo, os melros de água, as salamandras lusitânicas e milhafres pretos – Daniel Pinheiro passou muitas horas, pacientemente, junto ao rio.

Para captar o melro de água foram muitas horas porque é uma ave muito difícil de observar quanto mais de filmar. Demorou cerca de uma semana para conseguir filmar apenas este animal”, referiu Daniel Pinheiro.

Antes de avançar para o guião e para as filmagens, este tipo de trabalho requer muita pesquisa. Durante um mês, Daniel Pinheiro fez uma pesquisa rigorosa, falando com biólogos e investigadores.

Daniel contou com a sua longa experiência na área do som, já que esta é a sua formação inicial, para captar o som das aves.

As imagens permitem verificar os contrastes de relevo que marcam a paisagem fluvial. Podemos distinguir o relevo montanhoso, a montante - o Mondego, tal como o rio Zêzere, afluente do rio Tejo, nasce na Sª da Estrela, uma Serra morfologicamente jovem (relevo terciário) constituída por material geológico muito velho (Maciço Antigo) - onde o caudal do rio é tumultuoso com frequentes desníveis percorridos por rápidos e cascatas e a transparência das águas é impressionante, passando por um relevo mais baixo e mais planáltico onde as margens se afastam por força do alargamento do vale - fase de maturidade, vale em V aberto - e terminando num espaço amplo, plano, antes das suas águas se misturarem com as do oceano.

A biodiversidade da fauna e da flora são constantemente focadas no filme e, do ponto de vista agrícola, são espetaculares as imagens dedicadas aos arrozais localizados nos campos a jusante da cidade de Coimbra.

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