INCÊNDIOS - Governo abre concurso para peritos da agência de gestão de fogos
Cerca de 30 peritos vão ser
recrutados até 16 de abril para integrar a Agência para a Gestão Integrada de
Fogos Rurais (AGIF), após um concurso de seleção já em curso, começando neste
verão a trabalhar na comissão instaladora.
Em declarações à agência Lusa,
o presidente da estrutura de missão à qual compete criar a AGIF, Tiago
Oliveira, explicou hoje que a "máquina da agência" está a ser
preparada com este primeiro passo que é a abertura de concurso para uma bolsa
de peritos, de cerca de 30 pessoas, distribuídas por oito regiões de todo o
país.
A AGIF, que "só
funcionará em 2019" (até lá o trabalho será desenvolvido pela comissão
instaladora), vai ter como competências "a análise integrada, o planeamento e a coordenação estratégica do
Sistema de Gestão Integrada de Fogos Rurais (SGIFR), incluindo o apoio
qualificado à intervenção em eventos de elevado risco".
Irá garantir a articulação das
entidades que compõem o SGIFR, designadamente a Autoridade Nacional de Proteção
Civil (ANPC), a Guarda Nacional Republicana (GNR) e o Instituto de Conservação
da Natureza e das Florestas (ICNF).
De acordo com Tiago Oliveira,
embora a AGIF "só comece a
trabalhar formalmente em 2019", os peritos selecionados - "com forte formação na dimensão da gestão do
fogo quer na prevenção, quer na supressão de incêndios" - vão apoiar
"já no verão deste ano a decisão
estratégica e operacional junto da ANPC e junto do ICNF".
Os interessados em fazer parte
da bolsa de peritos podem aceder ao concurso através do 'site' da Presidência
do Conselho de Ministros, além do Portal do Governo e da Bolsa de Emprego
Público.
Segundo o responsável, os
contratos vão ser comissões de serviço com duração até três anos e os peritos,
depois de selecionados, vão trabalhar no planeamento das operações, na parte da
prevenção, "apoiar a decisão
estratégica de gestão combustível durante o inverno e a primavera e depois, no
verão, apoiar a decisão operacional junto da ANPC na gestão dos grandes
incêndios ou aqueles de maior complexidade".
O Conselho de Ministros
aprovou em 18 de janeiro a criação da AGIF para reforço do nível de proteção de
pessoas e bens e a resiliência do território face à ocorrência de fogos rurais.
O organismo visa "colmatar as principais lacunas
identificadas pela comissão técnica independente" criada para análise
dos incêndios de junho de 2017 e que depois analisou também os fogos de
outubro.
Os incêndios que deflagraram
na zona de Pedrógão Grande, distrito de Leiria, em junho, provocaram 66 mortos:
a contabilização oficial assinalou 64 vítimas mortais, mas houve ainda registo
de uma mulher que morreu atropelada ao fugir das chamas e uma outra que estava
internada desde então, em Coimbra, acabou também por morrer. Houve ainda mais
de 250 feridos.
Já os fogos de outubro (dias
14 a 16) fizeram 49 vítimas mortais, 5 dos quais em Penacova.

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