OPINIÃO - Um País à beira do abismo
A febre
institucionalizada de nos colocar, praticamente, como uma “cama apetecível”,
geradora de receitas imediatas, que vão dando ilusões de crescimento económico,
a par do travão irresponsável nas despesas imperiosas, atinge hoje proporções
inaceitáveis e, efectivamente, levam a que os portugueses tenham que tomar
posições rápidas.
Vejamos:
- A Justiça está num
caos absoluto, com os Tribunais em mudanças sucessivas; os Juizes a trabalhar
insatisfeitos; os Procuradores às aranhas na teia das leis democráticas mas
perniciosas; os Funcionários sem vontade, desmotivados por promessas sucessivas
de alteração do status, que só pretendem iludir e as instalações e os meios num
estado absolutamente vergonhoso;
- A Saúde, essa também está
num caos absoluto, com os Centros de Saúde em adaptações sucessivas; os Médicos
a bater com a porta; os Enfermeiros a serem esbulhados diariamente e os
doentes/utentes – que pagam ou pagaram tudo – a serem encaixotados nos
corredores, independentemente de serem jovens, velhos ou crianças;
- A Educação – nosso
futuro colectivo – por si só, apresenta-se mais ou menos capturada por
interesses meramente corporativos a par do desnorte absoluto nas questões da
mobilidade e bem assim da indefinição na opção dos modelos, que mudam todos os
anos, sem falar na desgraça das instalações e dos actos nefastos das “parque escolares”;
- A Segurança, braço
principal da administração interna, ultrapassa o caos e coloca-se próxima do
colapso, se tivermos em linha de conta o problema dos incêndios e os episódio
que se vão repetir; a falta de efectivos; o precário estatuto remuneratório dos
agentes e a desorientação instalada, que pretende dar a ilusão de que o show
off televisivo resolverá os problemas;
E fiquemo-nos por aqui,
hoje.
Mas, só com estes
exemplos simples, que todos nós compreendemos sem dificuldade, a verdade é que
o reverso da medalha está em campo, com espaço aberto para que os malabaristas
singrem sem oposição: ele são os corruptos que crescem (em número e em volume
dos valores envolvidos), agora já instalados transversalmente em toda a sociedade (empresários, gestores,
funcionários, autarcas, banqueiros, autoridades, advogados, juizes,
procuradores, etc, etc); ele são os agentes desportivos, que parecem
sobrepor-se à lei e ao próprio Estado, que fazem “crescer” à sua volta forças
pretorianas capazes de instalar a anarquia; ele são também e infelizmente os
políticos que temos, na sua parte maior desligados do País real, ávidos por
ganharem estatuto e à margem da defesa concreta das situações em colapso, que
não querem, pura e simplesmente, ver ou apreender!
Uma coisa é certa:
assim não vamos lá!
Deixemo-nos de ser
todos “Centeno”, “Adalberto”, “Vieira”, “Catarina”, “Jerónimo ” ou “Rio”,
“Cristas” e “Marcelo”!
Concentremo-nos no muito
que há para fazer e saibamos o que há para exigir, exigindo...como se aprende
nos apontamentos básicos do funcionamento das democracias...
Luís Amante, advogado
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