CERQUEDO - Cão morto sem dó nem piedade deixa família revoltada
Há cerca de três meses, um cão apareceu em Cerquedo, uma
pequena aldeia da Freguesia de Carvalho, no concelho de Penacova, completamente
magro e combalido, mas teve a sorte de encontrar uma família que o aconchegou,
salvando-o de morte certa Naquele período, o animal, baptizado de
"Kiko", ganhou nova vida graças a uma família que lhe deu abrigo e o
alimentou, tornando-se de novo forte.
No sábado, Sabina Guimarães, a senhora que acolheu o
animal, saiu de casa e dirigiu-se a um terreno para apanhar verdura para os
patos e galinhas e, como habitualmente, o "Kiko", bem como a
cadelinha "Beck", foram atrás dela Enquanto fazia o trabalho, os dois
animais, despertados pelo ladrar de outros caninos que se encontravam numa casa
próxima dos terrenos, dirigiram-se para lá, por uma serventia privada.
Sabina Guimarães chamou os animais e apenas a "Beck"
regressou para junto dela, enquanto o "Kiko" prosseguiu o caminho
face ao ladrar de outros cães que estavam na referida casa.
Família participou a ocorrência às autoridades locais e também ao veterinário do município de Penacova
«No curto espaço de
10 minutos e como o "Kiko" não apareceu, comecei a chamá-lo e, para
meu espanto, surgiu da referida serventia da casa bastante enfraquecido, a soltar
gemidos e a revirar os olhos, tombando morto aos meus pés», confidenciou Sabina
Guimarães.
Perante este cenário, a senhora começou a gritar por ajuda
e, a filha, Carla Silva, partiu em socorro da progenitora. Quando chegou ao local,
às 13h40, deparou-se com «a mãe desesperada, a chorar e o "Kiko"
estendido no solo com um buraco na barriga, provocado por um tiro», afirmou a
descendente de Sabina Guimarães. Enfurecida com este desfecho, Carla Silva
iniciou um conjunto de contados no sentido de ver solucionada a situação: «Liguei para a GNR, por volta 14h00, a pedi
a sua comparência no local, para tomar as devidas diligências e, depois, liguei
a uma amiga para efectuar alguns contactos para auxiliar neste processo macabro».
Estamos revoltados e queremos que justiça
«Apesar de estarmos
perante uma morte, independentemente de ser tratar de um animal, a GNR só compareceu
no local por volta das 19h00, na sequência de muita insistência. Já o
veterinário, e também no seguimento de muita perseverança, apresentou-se no dia
seguinte, juntamente com dois funcionários da Câmara Municipal de Penacova e
dois agentes do Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente (SEPNA)»,
declarou Carla Silva.
«Estamos revoltados
com esta situação. O "Kiko" sempre foi um cão dócil, pacato, que
interagia com outros animais, amigo do seu amigo», descreveu, por seu
turno, Sabina Guimarães que cumpriu a missão de o acolher há cerca de três
meses quando apareceu «em pele e osso».
O animal já tinha sofrido há alguns meses atrás. Não era este o destino que o “Kiko” merecia. Os animais também têm sentimento
Já a filha, Carla Silva, vai mais longe ao garantir que quer
que seja feita justiça». «O animal já
tinha sofrido muito há alguns meses atrás. Não era este o destino que o
"Kiko" merecia Quem fez o que fez a este animal, fá-lo a outro com
toda a certeza e, quiçá, a uma pessoa», sublinhou. A filha de Sabina Guimarães
não tem dúvida de que «os animais são como as pessoas, sofrem e têm sentimentos,
pelo que é crucial que se faça justiça», considera.
Este desfecho trágico deixou Sabina Guimarães e Carla Silva
incrédulas pela «falta de humanidade» de quem cometeu este acto, que tirou a
vida ao "adoptado” “Kiko". Mãe, filha e demais elementos da família
convivem diariamente com os animais, como se fosse uma necessidade terapêutica,
sejam eles gatos, cachorros ou outras espécies. E não escondem a sua revolta
com a situação.
Carlos
Sousa – Diário de Coimbra
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