PREVENÇÃO - Governo prevê investimento superior a 36ME em projetos florestais
O Governo prevê um
investimento total de mais de 36 milhões de euros em projetos para a gestão de
combustível florestal, inclusive na recuperação das áreas afetadas pelo furacão
Leslie, segundo um diploma publicado hoje em Diário da República.
"A presente
resolução visa autorizar despesas para os anos de 2019 a 2022 com a prevenção e
combate aos incêndios rurais, com a gestão das áreas sob responsabilidade do
Estado Português, bem como com a promoção do ordenamento dos espaços florestais
e a sua gestão sustentável, através da celebração de contratos-programa de
apoio financeiro à constituição de agrupamentos de baldios", lê-se no diploma.
Neste sentido, o Governo pretende "aprovar os projetos de instalação e
beneficiação da Rede Primária de Faixas de Gestão de Combustível", que
assentam em faixas de interrupção de combustível, de recuperação de áreas
ardidas e das áreas afetadas pelo furacão Leslie, de criação de mosaicos de
gestão de combustível e de celebração de contratos-programa de apoio financeiro
à constituição de agrupamentos de baldios.
De acordo com o diploma, os encargos financeiros dos
projetos são assegurados pelas verbas inscritas no orçamento de funcionamento
do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), nomeadamente
provenientes da venda de madeira ardida das matas públicas, e por verbas a
inscrever no orçamento do ICNF, a transferir do Fundo Florestal Permanente
(FFP), do Fundo da Solidariedade da União Europeia (FSUE) e do Programa de
Desenvolvimento Rural (PDR 2020).
Apesar de só ter sido publicado hoje em Diário da
República, o diploma "produz
efeitos a partir da data da sua aprovação", o que aconteceu em 20 de
dezembro de 2018, em reunião do Conselho de Ministros.
Para que o território despovoado beneficie de "uma gestão ativa, responsável e de adequado
investimento", o Governo aposta na celebração de contratos-programa
com as federações representativas de baldios, determinando medidas específicas
como a capacitação de recursos humanos e técnicos, com uma estimativa
orçamental de 3.600.000 euros, a partir de 2019 até 2021.
Disponibilizam-se
1.200.000 euros por cada ano, valor que é financiado pelo FFP.
A responsabilidade pela implementação dos
contratos-programa com as federações de baldios cabe ao ICNF, com o apoio da
Forestis - Associação Florestal de Portugal e da Baladi - Federação Nacional de
Baldios.
Relativamente à recuperação das matas públicas afetadas
pelo furacão Leslie, que atingiu o território português - em especial a região
Centro - nos dias 13 e 14 de outubro de 2018, o Governo prevê um investimento
de 4.000.000 euros, valor que é dividido por 2019 e 2020.
Da responsabilidade do ICNF, a medida é "financiada
num valor mínimo de 85% pelo PDR 2020 e a contrapartida nacional assegurada
pelos orçamentos dos FFP e ICNF".
No âmbito da instalação e manutenção da Rede Primária de
Faixas de Gestão de Combustível - que prioriza as faixas de interrupção de
combustível, a rede viária florestal e as faixas de gestão de combustível -,
está previsto um orçamento de 16.000.000 euros, distribuído por 6.000.000 euros
em 2019, 4.000.000 euros em 2020, 3.000.000 euros em 2021 e 3.000.000 euros em
2022.
Este
investimento é financiado através do FSUE, do PDR 2020 e do FFP.
Na promoção de silvicultura em mosaicos, que consiste em
garantir um ordenamento espacial de áreas geridas que ofereça resistência à
progressão do fogo e reforce a eficiência da rede primária, há uma estimativa
orçamental de 6.500.000 euros, a executar de 2019 até 2022, através de
financiamento do FSUE, do PDR 2020, do FFP e do ICNF.
O diploma do Governo determina ainda a recuperação e a
reflorestação de terrenos submetidos ao regime florestal ardidos em 2017,
assumindo como "objetivo principal
a rearborização de parcelas e talhões onde não é expectável que surja
regeneração natural em quantidade suficiente para garantir o repovoamento
arbóreo", num investimento estimado de 6.500.000 euros, entre 2019 e
2022.
Contas feitas, as estimativas orçamentais do executivo
apontam para um investimento total de 36.600.000 euros na área da gestão
florestal, a partir de 2019 até 2022.

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