CIÊNCIA VIVA - O céu de Maio de 2019
A presença da Lua junto ao planeta Vénus ao raiar da aurora
de dia 2 marca o início deste mês de efemérides astronómicas. Na madrugada
seguinte, o nosso satélite natural já se terá aproximado de Mercúrio, planeta
apenas será visível até meados mês, altura em que estará numa direção muito
próxima da do Sol. Mercúrio só voltará a reaparecer a meio da última semana do
mês, mas já ao anoitecer.
Por se encontrar na direção do Sol, a Lua Nova que ocorre
ao final de dia 4 oferece uma boa oportunidade para se ver alguns objetos
celestes menos brilhantes tais como o aglomerado estelar do Presépio (na
constelação do Caranguejo) ou asteroide Ceres, o maior objeto da Cintura de
Asteroides. Mas tal observação requer o uso de binóculos ou telescópios.
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O céu a sudeste pelas pelas 6 horas da madrugada do dia 2. Igualmente é visível o radiante da chuva de estrelas Eta Aquáridas e a posição da Lua nas madrugadas de dias 21, 23 e 26. |
Nas primeiras semanas de maio o nosso planeta atravessa o
rasto de pequenas partículas libertadas pelo cometa Halley ao longo da sua
órbita de 75 anos. Tal dá origem a uma chuva de estrelas que parecem irradiar
da vizinhança da estrela Eta da constelação do Aquário, daí o seu nome: as Eta
Aquáridas. O pico de atividade desta chuva de estrelas ocorre no dia 5, sendo
de esperar no máximo quatro dezenas de meteoros por hora. Mas tais valores
apenas são atingidos em locais completamente livres de poluição luminosa. Algo
que nos últimos anos se tem tornado algo cada vez mais raro.
Entre o início da noite de dia 6 e o final de dia 7 iremos
notar como a Lua se desloca da vizinhança de Aldebarã, o olho da constelação do
Touro, até junto de Marte. Um dia depois a Lua situar-se ao dado da constelação
dos Gémeos. Na madrugada de dia 11 a Lua já terá chegado ao aglomerado estelar
do Presépio (também chamado de Colmeia).
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O céu a sudeste pelas pelas 21 horas da madrugada. Igualmente é indicada a posição da Lua nas noites de dias 8, 10 e 12. |
O quarto crescente terá lugar na madrugada de dia 12, uma
excelente altura para se observar o nosso satélite natural, pois a forma como a
luz solar incide sobre a Lua origina grandes sombras que realçam o relevo
lunar.
Na noite de dia 18 terá lugar a Lua Cheia junto à
constelação da Balança. Duas noites depois a Lua já terá passado ao lado de
Júpiter, planeta que por estes dias se encontra na constelação do Ofiúco (ou
Serpentário).
Na noite de dia 22 para 23 a Lua passará numa direção tão
próxima da de Saturno, que na África do Sul verão mesmo a Lua a ocultar este
planeta.
Dia 26 terá lugar o quarto minguante. Dois dias depois o
asteroide Ceres estará em oposição (i.e. a direção diametralmente oposta à do
Sol) e simultaneamente no periélio (ponto de maior aproximação ao Sol). Esta é
uma excelente oportunidade excelente para se observar esse Planeta Anão, o qual
por esta altura se situa entre as constelações do Escorpião e do Serpentário.
Boas Observações!
Fernando J. G. Pinheiro (CITEUC)
Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva
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