CIÊNCIA VIVA - O céu de setembro de 2019
Nos primeiros dias do mês os planetas Marte e Mercúrio
estarão em conjugação, i.e., na direção do Sol. Tal facto não permite a sua
observação. Mas enquanto Marte não será visível durante todo o mês, a partir de
dia 15 já iremos encontrar Mercúrio ao anoitecer. Igualmente só em meados de
setembro é que Vénus reaparecerá como estrela da tarde.
céu
a sudoeste ao final da tarde de dia 1
O quarto crescente terá lugar na madrugada de dia 6, um
par de graus acima da posição do planeta Júpiter.
Na tarde de dia 8 a Lua passará numa direção tão próxima
da de Saturno que ao longo de uma faixa que estende do noroeste da Austrália
até o centro do oceano Índico poderão assistir à ocultação deste planeta pela
Lua.
Na madrugada de dia 10 o planeta Neptuno estará em
oposição, i.e., a direção oposta à do Sol. Este planeta apenas pode ser visto
com a ajuda de binóculos ou telescópios. Um pouco mais para leste estará Úrano,
planeta que se encontra muito perto do limite do que é observável à vista
desarmada.
A Lua Cheia terá lugar na madrugada de dia 14 junto à
constelação do Aquário. Por ocorrer menos de um dia depois desta ter atingido o
ponto da órbita mais afastado da Terra (o apogeu), esta Lua Cheia será
ligeiramente mais pequena do que é habitual.
No dia 20 a Lua situar-se-á a poucos graus a sul de
Aldebarã, o olho da constelação do Touro. Duas madrugadas depois, terá lugar o
quarto minguante entre a constelação do Touro e a dos Gémeos.
céu a sul pelas 23 horas de
dia 13
Pelas oito horas e cinquenta minutos de dia 23 o nosso
planeta atinge um dos dois pontos da sua orbita em que o eixo de rotação
terrestre fica perpendicular à direção do Sol e, consequentemente, os
hemisférios norte e sul terrestres se encontram igualmente iluminados. Em
Portugal chamamos a esta efeméride equinócio outonal pois a partir deste
instante o sol passa a ser visto abaixo do equador celeste (projeção da linha
do equador na esfera celeste), e assim o hemisfério norte passa a estar voltado
na direção contrária à do Sol, marcando o início do outono.
De notar que devido ao fenómeno de refração atmosférica o
Sol é sempre visto sempre ligeiramente acima da sua real posição, e assim no
dia do equinócio o dia dura quase 10 minutos mais do que a noite. De facto, só
3 dias depois do equinócio outonal é que dia e noite têm a mesma duração.
Dia 28 dar-se-á a Lua Nova. Esta é uma boa ocasião para
se observarem objetos que normalmente seriam ofuscados por ela. Assim com uns
binóculos ou um pequeno telescópio podemos observar objetos como a galáxia de
Andrómeda, a nebulosa planetária da Hélice, ou os aglomerados estelares M2, M15
e M30.
Na madrugada de dia 29 Mercúrio estará meio grau a Norte
da estrela espiga pertencente à constelação da Virgem, marcando o final de mais
um mês de eventos astronómicos.
Boas observações!
Fernando
J. G. Pinheiro (CITEUC)
Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva
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