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CIÊNCIA VIVA - O céu de janeiro de 2020


O primeiro quarto crescente de 2020 coincide igualmente com a madrugada primeira sexta feita do ano. Pelo final da madrugada seguinte tem lugar o pico de atividade da chuva de estrelas Quadrântidas.

Embora estas pequenas rochas e poeiras provenientes do asteroide 2003 EH1 possam surgir em qualquer parte do firmamento, todas parecerão irradiar de uma região situada entre as constelações de Hércules e do Dragão. Esta região celeste era ocupada pela constelação do Quadrante Mural, constelação que caiu em desuso há cerca de um século. Embora o pico de atividade desta chuva de meteoros possa atingir a centena de meteoros por hora, este ano deveremos contar no máximo com um quarto desse valor.

Figura 1 - céu a leste pelas 6 horas da madrugada de dia 4 

Pelas 8 horas da manhã de dia 5 a Terra atinge o periélio, ponto da sua órbita mais próxima do Sol. No entanto, como nesta altura do ano o hemisfério norte terrestre está voltado na direção oposta do Sol esta parte do globo recebe menos radiação solar do que aquando do maior afastamento do sol (afélio). Assim a orientação do eixo de rotação da Terra relativamente ao Sol, e não a distância a este astro, é o que determina a estação do ano em que nos encontramos.

Na noite de dia 7 a Lua será vista ao lado de Aldebarã, o olho da constelação do Touro. Esta efeméride sinaliza a altura do mês em que o planeta Júpiter reaparecerá no céu ao amanhecer.

A Lua Cheia ocorre pouco depois das 19 horas de dia 10. Por acontecer muito perto do plano da órbita terrestre dará origem a um eclipse penumbral, um eclipse em que a Lua só é coberta pela zona da penumbra terrestre (i.e., onde nem todo o Sol chega a ser tapado pela Terra). Assim a Lua não chegará a apresentar a cor avermelhada característica dos eclipses totais.

Figura 2 - céu a sul pelas 22 horas de dia 10

O quarto crescente terá lugar ao início da tarde de dia 17. Nessa noite o planeta Marte será visto 5 graus (a largura de três dedos vistos com o braço estendido) a norte da estrela Antares, uma estrela gigante vermelha que localizada no coração da constelação do Escorpião. Este planeta nascerá por volta das 5 horas da madrugada.

Três dias depois veremos a lua irá passar ao lado deste planeta.

Na madrugada de dia 23 a Lua passará tão perto do planeta Júpiter que na Nova Zelândia será mesmo possível ver a lua ocultar este planeta.

Na noite de dia 24 estará muito perto da direção do Sol dando-se a Lua Nova. Quatro madrugadas depois, já se terá deslocado até junto de Vénus.

Por estes dias o planeta Mercúrio deixará de ser ofuscado pelo Sol, podendo ser observado ao anoitecer. Pelo mesmo motivo só ao final do mês é que o planeta Saturno reaparecerá ao amanhecer.


Boas observações!

Fernando J. G. Pinheiro (CITEUC)

Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva

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