ILUSTRES [DES]CONHECIDOS - António de Seiça Ferrer de Saldanha Moncada (1883-1967)
António de Seiça Ferrer de Saldanha Moncada nasceu no Botão, Coimbra,
em 29 de Novembro de 1883, filho de António Saldanha de Moncada e de Josefina
Adelaide de Seiça Soares de Oliveira e Silva. Era primo (e mais tarde cunhado) do
ilustre Professor de Direito, Luís Cabral de Moncada.
Estudou Direito na Universidade de Coimbra tendo, no ano de 1907, aderido
à greve académica que teve lugar nesta cidade. O governo encerrou a Universidade e declarou responsáveis "pela desordem académica" os estudantes republicanos. No Parlamento, António José de Almeida solidarizou-se com os grevistas declarando que a "mocidade" era a "pátria de amanhã".
Em 1908, ainda quartanista, veio para Penacova exercer funções no Tribunal
como Sub-delegado do Procurador Régio.
Em 1909 abriu escritório de advogado nesta vila, como
podemos concluir da publicidade no Jornal
de Penacova. Aqui, foi elemento activo na proclamação da República,
pertencendo à Comissão Municipal Republicana.
>> David Gonçalves de Almeida
Foi Vice-Presidente da 1.ª Comissão Administrativa que tomou posse
logo após o 5 de Outubro. No dia 24 do
mesmo mês, foi nomeada uma nova Comissão, à qual passou a presidir, tendo como Vice-Presidente José Alves de Oliveira Coimbra. Como vogais: José Maria Marques, João António de Almeida, Manuel Correia da
Silva, José Pedro Henriques e José Augusto Ribeiro.
O primeiro de Dezembro de 1910 foi celebrado com uma
sessão solene nos Paços do Concelho. Os
principais oradores foram, precisamente, António Moncada, presidente da Comissão Executiva e
Amândio Cabral, Administrador do Concelho.
No entanto, o mandato de António Moncada não terá correspondido
às expectativas, a fazer fé no que
escreveu o Jornal de Penacova[1]. Em
jeito de alívio, defendeu que a entrada de António Casimiro Pessoa Júnior,
substituindo-o, trouxera à Comissão "o timoneiro que lhe faltava''.
Em 1915 desempenhou o cargo de Administrador Concelhio e em 1918 assumiu
a presidência do Senado Municipal.
Segundo testemunho que nos prestou sua filha, em 2011, D. Maria José Amado de Matos
Mascarenhas de Mancelos e Seiça de Moncada, com a implantação da
República, esperando que a situação do país melhorasse a ela aderiu com
entusiasmo, mas depressa se desiludiu e embora continuasse a exercer a sua
profissão em Penacova, foi favorável à revolução de Sidónio Pais, do qual terá
sido admirador.
Mais tarde, ao herdar uma quinta, na Lousã (Freixo), para aí foi
viver, abrindo escritório de advogado naquela vila e dedicando-se
simultaneamente à administração agrícola da sua propriedade.
Da toponímia do Freixo faz
parte, desde 2017, o “Largo Dr. António Moncada”.
Faleceu aos 83 anos, no dia 11 de Junho de 1967.
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